A aproximação do verão e o consequente aumento da temperatura favorecem a proliferação de insetos e de aracnídeos. Um tipo em especial oferece risco aos gaúchos: a aranha-marrom, cuja picada pode causar necrose (destruição dos tecidos), se não tratada corretamente.
Essa espécie, de presença comum no Rio Grande do Sul, tem hábitos noturnos. Os animais são pequenos, medindo aproximadamente um centímetro de corpo e três de envergadura das patas. Apresentam coloração marrom-avermelhada e abdômen em formato de caroço de azeitona.
De acordo com a bióloga do Centro de Informação Toxicológica do RS (CTI) Katia Moura, as aranhas-marrons vivem principalmente dentro das casas, escondidas entre as roupas, toalhas e lençóis, ou atrás de móveis e quadros ou, ainda, em sótãos, porões e garagens. Conforme Katia, a espécie não é agressiva. Em geral, os aracnídeos picam apenas quando são comprimidos contra o corpo.
A picada pode não ser notada, pois não causa dor imediata. De 12 a 24 horas depois do acidente, a região atingida apresenta ardência e escurecimento. Caso não seja neutralizado, o veneno pode causar necrose. No entanto, quando devidamente tratada, não deve trazer complicações ou sequelas. O tratamento é feito com soro antiaracnídico, que está disponível na rede pública de saúde do Estado.
Para prevenir acidentes, as principais recomendações são sacudir ou verificar roupas, sapatos, toalhas e lençóis antes de utilizá-los e manter a casa e pátios sempre limpos.
Dicas de prevenção:
- Manter a residência e os arredores sempre limpos;
- Afastar e limpar atrás dos móveis (camas, balcões, armários) e quadros;
- Sacudir as roupas antes de vestir;
- Evitar deixar roupas penduradas nas paredes;
- Manter as camas afastadas da parede;
- Sacudir lençóis e toalhas antes de usá-los.
Registro de acidentes com aranhas-marrons em 2019 no RS
Os dados do CIT mostram que, em 2019, até dia 10 de dezembro, o Estado registrou um total de 736 acidentes com aranhas-marrons. Foram notificadas mais picadas nas proximidades de Caxias do Sul (290), de Passo Fundo (80), dos vales do Sinos e do Caí (71), de Pelotas (67) e de Erechim (52). Nas outras regiões do Estado existe a presença do aracnídeo, mas os registros de acidentes são menos expressivos.
Em caso de acidente, a Secretaria da Saúde do Estado salienta que é importante o acompanhamento médico e laboratorial. Mais informações e esclarecimento de dúvidas podem ser obtidos com o CTI pelo telefone 0800-721-3000, que tem atendimento 24h.