A Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou, nesta quinta-feira (12), os primeiros casos de sarampo no Rio Grande do Sul em 2019. Até agora, sete pacientes foram diagnosticados com a doença, sendo seis moradores de Porto Alegre e um de Dois Irmãos, no Vale do Sinos. Na semana passada, 15 casos suspeitos estavam em investigação pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre.
Conforme a SES, todas as confirmações se deram em pacientes com histórico de viagem recente a São Paulo, principal local de circulação da doença no país neste momento. Alguns também estiveram em países europeus, que sofrem com o aumento de casos de sarampo. Por conta disso, os casos são considerados importados. Isso é, a interação com o vírus ocorreu fora do território gaúcho. No ano passado, foram 47 casos de sarampo, todos também importados. Mas de 2012 a 2017, não teve nenhum registro. A última vez que o Rio Grande do Sul registrou um paciente autóctone de sarampo foi há duas décadas, em 1999.
O primeiro caso do ano no Estado foi de uma jovem de 18 anos, residente em Porto Alegre, que em julho esteve em viagem à Itália e São Paulo, dois locais onde há a circulação do vírus. Apesar dos sintomas, ela não teve o diagnóstico inicial para sarampo. O caso foi identificado após a confirmação de outros três com os quais ela teve contato e que residem na mesma moradia: duas delas também de 18 anos e uma de 25. Assim que houve as confirmações, foi realizada a ação de bloqueio, com a vacinação de 53 pessoas próximas que não estavam vacinados e nenhum apresentava sintomas da doença.
Outros dois homens residentes em Porto Alegre, de 21 e 30 anos, também tiveram o sarampo confirmado após viagens a São Paulo. O mais velho, inclusive, relatou contato com colegas de trabalho que, posteriormente, confirmaram a doença. Nos dois episódios, a vigilância da Capital também realizou ações de bloqueio, com a vacinação e acompanhamento de mais de 90 pessoas, todas sem sintomas. Por último, uma jovem de 21 anos, de Dois Irmãos, também com histórico de viagem a São Paulo no último mês, teve o caso confirmado.
A doença
Sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus. Sua transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. Qualquer indivíduo que apresentar febre e manchas no corpo acompanhado de tosse, coriza ou conjuntivite deve procurar os serviços de saúde para a investigação, principalmente aqueles que estiveram nos 30 dias anteriores em viagem a locais com circulação do vírus. No Brasil, são 2,7 mil casos somente nos últimos 30 dias, mais de 98% deles em São Paulo. Casos suspeitos devem ser informados imediatamente às Secretarias Municipais de Saúde ou para o Disque Vigilância, por intermédio do número 150.
Imunização
Conforme a SES, a mais efetiva forma de prevenção é a vacinação. Para ser considerada vacinada, a pessoa precisa ter o registro em caderneta de vacinação conforme esquema vacinal. A rede pública de saúde disponibiliza gratuitamente a vacina tríplice viral para a população de 6 meses a 49 anos de idade e para profissionais de saúde e demais pessoas envolvidas na assistência à saúde hospitalar.
São considerados vacinados:
- Pessoas de 12 meses a 29 anos que comprovem duas doses de vacina com componente sarampo/caxumba/rubéola;
- Pessoas de 30 a 49 anos que comprovem uma dose de tríplice viral;
- Profissionais de saúde, independente da idade, que comprovem duas doses de tríplice viral.
Histórico do sarampo no RS
2019: 7 casos (até 10/09)
2018: 47 casos
2012-2017: sem casos registrados
2011: 8 casos
2010: 7 casos
1999: último caso autóctone do RS