Nesta quarta-feira (11), 3,5 toneladas de pescados foram apreendidos em um caminhão que fazia entregas no Mercado Público, na Capital. No veículo, foram encontrados 300 quilos de tainha sem rótulo, 200 quilos de anequim sem certificado de procedência e três toneladas de peixe fresco sem nota fiscal.
De acordo com a nutricionista e consultora de alimentos Luciana Meneghetti, ingerir alimentos mantidos em temperatura fora do padrão ou sem origem clara pode prejudicar a saúde. As reações podem variar de acordo com cada pessoa e com a bactéria que está no alimento. Crianças, idosos e pessoas com baixa imunidade estão mais propensos às consequências.
Entre as reações, podem ocorrer alergias, dor de cabeça, vômito, diarreia, desidratação e, dependendo da bactéria que está no produto, pode provocar as Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs), causando, inclusive, a morte. Quanto mais tempo o pescado ficar fora da refrigeração adequada, mais bactérias serão desenvolvidas.
— O controle do tempo e temperatura é vital para determinar a condição sanitária de um alimento — afirma.
Ter conhecimento da cadeia produtiva do peixe, como a sua procedência e as condições de refrigeração durante o transporte também é imprescindível.
Como identificar quando o peixe está próprio para o consumo:
- Odor: o peixe precisa ter cheio de mar, e não um odor forte e desagradável.
- Refrigeração: o produto deve estar em local refrigerado, em contato direto com o gelo. Observe o termômetro do refrigerador. A temperatura ideal de conservação para peixe fresco é entre 0ºC e -2ºC. Já para peixe congelado é de -18ºC.
- Corpo: a carne deve estar flexível. Para verificar, aperte com o dedo ou peça para o peixeiro apertar. A parte pressionada precisa voltar à posição inicial. Se ficar um "buraco", a carne já está entrando em decomposição.
- Escamas: precisam estar presas, sem soltar facilmente ao passar a mão.
- Guelras: essa parte abaixo da bochecha do peixe tem de estar bem vermelha. Se estiver desbotada, o peixe não está fresco.
- Olhos: devem estar brilhantes, com as pupilas escuras e a íris clara. Não compre se os olhos estiverem opacos.
- Embalagem: em caso de peixe congelado, verifique se a embalagem não está aberta e cuide o prazo de validade.
Confira outras dicas:
- Entre o peixe fresco e o congelado, opte pelo produto fresco.
- Não compre o peixe exposto. Peça o produto que está no refrigerador.
- Fique atento à limpeza do local. Veja se o atendente está de uniforme.
- Observe se o local possui a documentação da Anvisa em dia.
- Para descongelar, tire do freezer e deixe na geladeira de um dia para o outro ou até tocar e sentir que está descongelado. Não tire do freezer e deixe sem refrigeração.
- Se quiser comprar uma grande quantidade de peixes para guardar, você pode congelar por no máximo um mês.
Fonte: Juliana Noal, coordenadora de Gastronomia da Faculdade Senac Porto Alegre