O Ministério da Saúde informou que a partir desta quinta-feira (22), 1,4 milhão de bebês de seis meses a 11 meses e 29 dias devem ser vacinados de forma preventiva contra o sarampo em todo o Brasil. No Rio Grande do Sul são cerca de 70 mil crianças nesta faixa etária que devem receber a "dose zero", que é gratuita. A recomendação foi divulgada em decorrência do aumento de casos da doença.
Nos últimos 90 dias, foram registrados 1.680 casos confirmados em 11 Estados, a maioria em São Paulo, com 1.662 ocorrências. Ao todo, no ano, foram 1.845 pacientes identificados com a doença. O Rio Grande do Sul, que teve 46 casos confirmados em 2018, não teve nenhum em 2019. Em função do aumento de casos, iniciado no ano passado, o Brasil perdeu o certificado da Organização Mundial de Saúde (OMS) de país que erradicou o sarampo.
Dose zero
O objetivo é intensificar a vacinação de bebês de seis meses a 11 meses e 29 dias, pois este público alvo é mais suscetível a casos graves e óbitos. A medida preventiva indica a aplicação como uma “dose zero”, já que ela não substitui a primeira dose contra o sarampo no Calendário Básico Infantil, dada aos 12 meses de idade com a vacina tríplice viral, que também protege contra a rubéola e a caxumba. A proteção é completada aos 15 meses com a tetra viral, que previne ainda contra a varicela, popularmente chamada de catapora.
Essa vacinação de rotina das crianças deve ser mantida independentemente de a criança ter tomado a "dose zero". A medida deve permanecer enquanto o país não interromper a transmissão do vírus, o que significa permanecer 90 dias sem novos casos.
A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Tani Ranieri, lembra que entre essa dose extra e a primeira do calendário é recomendado um intervalo de 30 dias.
— O profissional de saúde na Unidade Básica fará essa análise de como e quando fazer a aplicação das doses, pois, aos 12 meses, a criança ainda precisa de dois reforços, com a pneumocócica e meningocócica. Além disso, aos nove meses, também é prevista a vacina contra a febre amarela — informa.
Importante saber identificar casos suspeitos
É considerado como caso suspeito todo indivíduo que, independentemente da idade e situação vacinal, apresentar febre e manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas, acompanhados de tosse, coriza e conjuntivite.
O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) informa que é imprescindível detectar e notificar rapidamente qualquer caso suspeito, o que possibilitará que as medidas de controle sejam realizadas oportunamente, interrompendo a cadeia de transmissão.
Por isso, solicita-se a toda rede de atenção à saúde, pública e privada, que implemente a vigilância do sarampo por meio de busca ativa de casos e da sensibilização dos profissionais para que, na vigência de um caso que preencha os critérios, notifiquem, via telefone, à Secretaria Municipal de Saúde ou ao Disque Vigilância, através do número 150 do Cevs.
Bloqueio vacinal
Além de vacinar as crianças na faixa etária prioritária, o Ministério da Saúde também orienta Estados e municípios a realizarem o bloqueio vacinal. Ou seja, em situação de surto ativo do sarampo, quando identificado um caso da doença em alguma localidade, é preciso vacinar todas as pessoas que tiveram ou têm contato com aquele caso suspeito em até 72 horas. Neste caso, recomenda-se que sejam realizadas de forma seletiva, ou seja, não há necessidade de revacinação das pessoas que já foram vacinadas anteriormente.
Serviço em Porto Alegre
Locais de vacinação gratuita
Das 7h às 17h
Todas as 141 Unidades de Saúde distribuídas nas cinco regiões do município
Das 7h às 22h
Unidade de Saúde Ramos — Rua. K, 131, bairro Rubem Berta
Unidade de Saúde São Carlos — Avenida Bento Gonçalves, 6.670, bairro Agronomia
Unidade de Saúde Tristeza — Avenida Wenceslau Escobar, 2.442, bairro Tristeza
Unidade de Saúde Modelo — Rua Jerônimo de Ornelas, 55, bairro Santana
Documentos necessários: A Secretaria Municipal de Saúde recomenda que os responsáveis levem a Carteira de Vacinação da criança