Com 82% das pessoas em grupos de risco imunizadas, o Rio Grande do Sul ainda não atingiu a meta de vacinação contra a gripe para este ano. Até terça-feira (4), um dia após a abertura da imunização à população em geral, apenas 256 dos 497 municípios conseguiram atingir a meta de 90% entre os prioritários.
Chuí é o município que está mais longe: único com menos de 50% da população de risco vacinada. Secretária de Saúde da cidade, Juliana Soares Rosário conta que há uma resistência muito grande de parte da população, especialmente de pais de crianças em grupo de risco e idosos, em razão de informações falsas sobre a imunização que são disseminadas:
— As pessoas têm uma ideia de que elas ou alguém tomou alguma vez e ficou doente. A gente sabe que isso não existe, que é um vírus inativo, mas é difícil mudar a opinião de algumas pessoas.
Ela afirma que, embora o município tenha aberto a vacinação para a população em geral, a pasta tem feito um trabalho intenso em escolas, com carros de som e campanhas em rádio.
Pelotas é o maior município entre os que ficaram longe da meta (64,6%). A coordenação de Vigilância Epidemiológica da cidade afirma que "não entende os motivos" pelos quais parte significativa da população de risco se recusa a tomar a vacina.
— Acredito que é por um contexto amplo, das mídias contrárias, na internet. Tem uns grupos contrários às vacinas, e acabam saindo noticias que não são verdadeiras — afirma a coordenadora, Ana Alice Maciel.
Ela ressalta a preocupação pela aproximação do inverno.
— O tempo já começa a mudar, o frio está chegando, e o organismo já sente. Além disso, a vacina demora de 10 a 14 dias para fazer efeito — acrescenta.
Apesar da abertura para o público em geral, a orientação da Secretaria Estadual da Saúde (SES) é de que as gestões municipais da área reservem doses suficientes para que os grupos de crianças, gestantes e pessoas com comorbidades atinjam 90% de cobertura.
Durante a campanha, iniciada em abril, o Rio Grande do Sul teve mais de 3 milhões de pessoas vacinadas. Segundo dados desta quarta-feira (5), os grupos mais longe de atingir a meta são os de doentes crônicos (70,4%), gestantes (73,2%) e crianças (74,6%).
As puérperas (mulheres que tiveram filhos até 45 dias antes) atingiram 94,1%, os professores, 106%, idosos, 93,3%, e trabalhadores da saúde, 83,1%.
Os municípios com piores resultados
CHUI 47,4%
HUMAITÁ 51,7%
IMIGRANTE 54,4%
PINHEIRO MACHADO 57,4%
TAPES 62,9%
PIRATINI 62,9%
PELOTAS 64,6%
ARROIO DOS RATOS 65,0%
ARROIO DO PADRE 65,0%
AMARAL FERRADOR 65,9%
*Dados de terça-feira (4)