Com a chegada do outono e a diminuição das temperaturas, médicos alertam para o aumento da circulação do vírus sincicial respiratório (VSR). Embora muito comum e inofensivo para adultos, ele é causa de boa parte das internações de bebês prematuros e pode causar complicações em recém-nascidos.
Como são mais vulneráveis às infecções virais das vias aéreas, os bebês são os mais afetados pelo VSR, que geralmente provoca um quadro gripal que leva à bronquiolite (infecção dos bronquíolos).
— Nessa evolução é preciso hospitalizar a criança para fazer oxigênio — diz Gilberto Fischer, chefe do serviço de Pneumopediatria do Hospital Santo Antônio.
O tratamento é feito à base de oxigênio. Casos mais graves, em que há uma infecção secundária bacteriana, pode-se receitar antibióticos.
— A maioria dos casos se resolve em casa, mas cerca de 3% dos bebês têm problemas mais graves e precisam ser hospitalizados — diz Marcus Jones, pneumologista pediátrico.
Saiba mais sobre o VSR:
O que é?
É um vírus que começa a circular nos meses de outono e permanece até a primavera.
Quem são os mais afetados?
Ele pode ocorrer em qualquer idade, porém, tem gravidade em crianças pequenas. Ocorre, geralmente no primeiro ano de vida, trazendo mais risco nos primeiros seis meses. Prematuros, bebês com cardiopatia ou sequelas do período neonatal são grupos de risco.
Quais os sintomas?
São similares ao de uma gripe: coriza, tosse seca seguida de tosse com catarro, chiado no peito, febre e falta de ar.
Como prevenir?
Não existem vacinas para prevenir a doença. Para prematuros nascidos com menos de 29 semanas pode-se lançar mão de um anticorpo monoclonal injetável que reduz a gravidade do quadro. Ele é uma injeção mensal administrada em cinco doses. Para recebê-las pela rede pública, sem custos, a Secretaria Estadual da Saúde segue critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda a aplicação, além dos prematuros, em bebês com cardiopatias, doenças crônicas pulmonares ou condições graves que comprometam os pulmões ou função imune.
Fora isso, a prevenção passa pelos cuidados ambientais: as crianças pequenas não devem ter contato com pessoas gripadas, deve-se higienizar as mãos com álcool gel e até usar máscaras para evitar entrar em contato com a secreção da criança.