A prefeitura de Santa Maria suspendeu o atendimento de saúde a domicílio no bairro Camobi, nesta quinta-feira (28), por conta de uma notícia falsa. As visitas feitas por médicos, enfermeiros e agentes de saúde nas casas dos pacientes foram suspensas. O objetivo é garantir a segurança dos profissionais.
Muitos estavam com medo de serem agredidos na região, que tem cerca de 21 mil habitantes, após áudios e vídeos circularem dizendo que "pessoas usando jaleco branco se passavam por funcionários da prefeitura, entravam nas casas oferecendo exames de glicose e, ao picar os dedos das pessoas, usavam agulhas contaminadas com o vírus HIV". Em grupos do bairro, surgiram também ameaças contra os profissionais da saúde.
O delegado regional Sandro Meinerz afirma que a situação passou do limite, por ser uma notícia falsa que gerou pânico e tumulto. Ele explica o que pode acontecer com a pessoa que espalha fake news:
— A pessoa que cria notícias falsas incorre numa contravenção penal chamada falso alarme. Essa contravenção gerou perigo, tanto para quem se sentiu ameaçado pela história das agulhas contaminadas quanto para os profissionais da saúde que estão correndo risco. Com isso, o autor dessas fake news pode ter pena 15 dias até seis meses de reclusão, ou multa.
Conforme o delegado, uma dentista da prefeitura foi filmada caminhando em direção a uma escola, onde iria fazer uma atividade em parceria com o Sesc. Ela registrou ocorrência do fato, identificou o veículo que o morador usava.
— A gravação foi feita com base nestes áudios da notícia falsa. Isso acaba gerando um risco aos profissionais de saúde, que prestam um serviço essencial à população.
A prefeitura explicou que a notícia é falsa. Porém, por precaução, os atendimentos a domicílio foram suspensos pelo menos até o fim de semana. Agora, a Brigada Militar está em alerta para tentar proteger os profissionais da saúde, com rondas reforçadas na região leste da cidade.