Que a chegada de um bebê traz diversas mudanças para a família, não há dúvida. Mas um estudo realizado pela Universidade de Warwick, do Reino Unido, publicado pelo periódico Sleep em janeiro deste ano, mostra que o sono dos pais é uma das áreas mais afetadas. De acordo com os dados coletados de quase 4,7 mil pais, acompanhados por oito anos, o sono do casal é de má-qualidade até a criança complete seis anos. E quem começa no prejuízo é a mãe.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores da universidade, em parceria com o Instituto Alemão de Pesquisa Econômica e a Universidade da Virgínia Ocidental, observaram o sono de 4,6 mil pais (2,5 mil mulheres e 2,1 mil homens) que tinham acabado de ter o primeiro, segundo ou terceiro filho entre 2008 e 2015.
Durante os oito anos, os participantes realizaram entrevistas anuais em que detalhavam a qualidade do sono. Assim, foi possível constatar que, nos três primeiros meses de vida, quem sai mais prejudicada é a mãe, que dorme, em média, uma hora a menos do que antes da gravidez, enquanto os pais perdem apenas 15 minutos de sono por noite.
Entretanto, quando as crianças têm idade entre quatro e seis anos, a diferença de tempo de sono entre os pais diminui. As mães passam a ter cerca de 20 minutos a menos de sono em relação ao tempo dormido antes da gestação, e os pais continuam dormindo 15 minutos a menos do que dormiam antes de ter filhos.
Entre os pais de primeira viagem, as dificuldades para dormir foram maiores do que para aqueles mais experientes. Além disso, as preocupações associadas à maternidade e à paternidade também contribuem para a queda na duração e qualidade do sono. A pesquisa constatou ainda que a amamentação também está associada ao declínio na satisfação do sono e em sua duração.
Entre os fatores que têm pouca relação com a qualidade do sono, estão a idade dos pais, a renda familiar ou por serem ou não divorciados.