Na manhã desta terça-feira (27), foi lançada a campanha do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, data celebrada em 1º de dezembro. Na coletiva, que teve a presença do ministro da saúde, Gilberto Occhi, também foi divulgado o novo Boletim Epidemiológico de HIV e aids, com os dados mais recentes da doença.
Em 2018, o Brasil chega aos 30 anos de luta contra o HIV e a aids com registro de queda no número de casos e óbitos por aids no país. O país mostra redução de 16% em casos de morte causadas pela doença entre 2014 e 2017. Neste ranking, o Rio Grande do Sul foi o segundo Estado com mais mortes: 1.249 do total de 11.463 óbitos. São Paulo foi o primeiro, com 2.146 mortes.
Neste novo boletim, Porto Alegre é a capital com a maior taxa de detecção em 2017, com 21,1 casos a cada mil nascidos vivos, sendo esta três vezes mais do que a segunda colocada, Florianópolis, com 7,1 casos.
Porto Alegre ainda ficou no topo do ranking de detecção dos casos de aids: 60,8 a cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar, está Florianópolis: 55,7.
Segundo a pasta, fatores como a garantia do tratamento para todos, a melhora do diagnóstico, a ampliação do acesso à testagem e a redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento contribuíram para a queda.
Taxas alarmantes
Quando se trata das taxas de detecção da aids em menores de cinco anos por Estados e suas capitais, o Rio Grande do Sul também aparece entre os líderes do ranking. Em 2017, foi o segundo maior no caso de registros da doença no grupo, com 6 casos a cada 100 mil habitantes, perdendo somente para o Amapá, que registrou 6,5 casos a cada 100 mil habitantes. Entre as capitais, as maiores taxas foram encontradas em Porto Alegre, com 12 casos a cada 100 mil habitantes, seguida de Macapá, com 8,8 casos, e Recife, com 8,5 casos.
No ranking dos Estados com maior índice composto por indicadores de taxas de detecção, mortalidade e primeira contagem de CD4 (célula branca do sangue, parte importante do sistema imunológico) nos últimos cinco anos, o Rio Grande do Sul aparece em segundo lugar, atrás de Roraima. Em relação às capitais, as cinco posições mais elevadas no ranking são Porto Alegre, Belém, Manaus, Boa Vista e Florianópolis. Em relação aos municípios com 100 mil habitantes ou mais, oito dos 20 primeiros pertencem ao Rio Grande do Sul.
Casos da doença
Os novos números da epidemia revelam que, nos últimos 38 anos, foram identificados 926.742 casos de aids no Brasil, sendo que a distribuição proporcional deste total mostra uma concentração nas regiões Sudeste e Sul, correspondendo cada qual a 51,8% e 20,0% do total de registros, respectivamente. Os outros 28,2% do total de casos estão divididos entre as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Em cinco anos (2013 a 2017), a região Sul ficou em terceiro lugar quando se trata do número de casos registrados por ano, com 8,2 mil novas ocorrências, ficando atrás das regiões Sudeste e Nordeste, que registraram 16,1 e 9 mil, respectivamente, novos casos da doença por ano.
Índices de mortalidade
Desde o início da epidemia da doença, em 1980, foram notificados no Brasil mais de 327 mil óbitos. A maior proporção da taxa dessas mortes ocorreu na região Sudeste (58,9%), seguida das regiões Sul (17,7%), Nordeste (13,3%), Centro-Oeste (5,2%) e Norte (4,9%).
Em 2017, cerca de 11 mil mortes ocasionadas pela aids foram registradas. Desse total, 40,5% das mortes ocorreram no Sudeste, 22,2% no Nordeste, 20% no Sul, 10,5% no Norte e 6,8% no Centro-Oeste. No período de 2007 a 2017, houve uma queda de 14,8% no coeficiente de mortalidade padronizado para o Brasil, que passou de 5,6 para 4,8 óbitos por 100 mil habitantes.
Ao analisar os dados de 2017 por Estado, é possível observar que 11 deles apresentaram um nível de óbitos superior ao nacional, que foi de 4,8 mortes a cada 100 mil habitantes. O Rio Grande do Sul registrou 9 mortes a cada 100 mil habitantes, seguido do Rio de Janeiro (7,8), Amazonas (7,8), Pará (7,8), Mato Grosso do Sul (6,2), Rondônia (6,1), Santa Catarina (5,7), Pernambuco (5,6), Mato Grosso (5,6), Maranhão (5,5) e Amapá (5,5).