Seguindo a tendência de ciclos da doença, especialistas alertam para a possibilidade de um novo surto de febre amarela no Brasil durante o verão. Para discutir estratégias de combate à transmissão, o Ministério da Saúde se reuniu recentemente com autoridades da saúde e representantes de Estados e municípios.
Conforme a Folha de S. Paulo, o diretor de doenças transmissíveis da pasta, Renato Alves, afirma que essa perspectiva ocorre em um cenário de baixa cobertura vacinal e do aumento no número de mortes de macacos infectados.
— Vemos que o maior número de casos humanos foi entre dezembro e fevereiro. No entanto, a detecção em primatas tem se mantido ao longo de todo o ano. Isso indica que no próximo verão devemos ter uma transmissão importante.
Embora a Secretaria Estadual da Saúde afirme que não há comprovação de circulação do vírus no Rio Grande do Sul, já foram registrados três casos da doença por aqui em 2018 — todos importados de Minas Gerais. Outros seis seguem em investigação. Para controlar a disseminação da doença na região sul do país, o Ministério da Saúde planeja expandir a vacinação.
— Estamos orientando os municípios para que façam essa ampliação da vacinação de forma gradativa. Temos que fechar a área de risco de transmissão. É uma vacinação preventiva onde há corredores ecológicos — disse à Folha a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações da pasta, Carla Domingues.
Em Porto Alegre, onde há um caso importado confirmado este ano, a vacina está disponível nos postos de saúde. No entanto, a Secretaria Municipal da Saúde orienta a população a ligar para as unidades antes e agendar a imunização, conforme explicou em nota, por intermédio de sua assessoria de imprensa:
“Temos vacinas em todas as unidades, mas agendamos ou fazemos em turnos específicos, pois cada frasco que abrem dá para cinco doses. Se abrirmos e não usarmos, acabamos jogando fora o que não foi aplicado”.