O secretário adjunto da Saúde do Rio Grande do Sul, Francisco Bernd, informou que estão sendo tomadas as medidas necessárias para que o serviço de atendimento telefônico do Samu seja normalizado ainda nesta terça-feira (14).
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Bernd disse que cerca de 15 servidores passam por treinamento nesta manhã para que operem no lugar dos funcionários da empresa terceirizada durante a tarde. Segundo ele, três terceirizados continuam trabalhando mesmo sem receber o pagamento.
— O funcionamento do serviço deve ser regularizado durante o dia de hoje. Neste momento, estamos operando com 60% da capacidade total de atendimento — garante.
Por volta das 19h da segunda-feira (13), telefonistas e operadores de rádio paralisaram as atividades, em razão da falta de pagamento desde maio.
Nesta manhã, GaúchaZH esteve na central de atendimento estadual do Samu, em Porto Alegre, e constatou que havia somente dois servidores atendendo as ligações da população.
De acordo com Bernd, a empresa terceirizada FA Recursos Humanos, responsável pelos serviços de telefonia e rádio operadora, não estaria repassando o pagamento aos funcionários.
— Parece que é a secretária que está atrasando os salários, mas é a empresa que não está repassando os pagamentos. O único pagamento que ainda não está em dia é o do mês de julho, porque a empresa não apresentou os comprovantes de pagamento dos salários do mês de maio — alega o secretário.
Ainda resta um impasse quanto aos operadores de rádio, responsáveis pelo contato entre ambulâncias. Para a secretaria, não há como remanejar servidores para esta função, que exige mais conhecimento técnico. A pasta estuda formas alternativas de pagar os funcionários da terceirizada que são especializados no cargo para que voltem a operar.
Ouça o áudio da entrevista ao Gaúcha Atualidade:
Orientação à população
A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) orienta que a população, em caso de emergência, faça contato com Brigada Militar (190) ou Bombeiros (193), que teriam acesso ao sistema do Samu e poderiam acionar o serviço de socorro.
O major Euclides Neto, chefe do setor de comunicação da Brigada Militar, confirmou que a corporação tem como acionar o Samu e que, na presente situação, estará à disposição para auxiliar a população, mas alertou que os atendentes do 190 não têm a capacitação técnica específica para avaliar a gravidade dos casos ou para decidir quais são os mais graves.
— Deixar de ajudar, jamais. Se uma pessoa ligar, a BM vai continuar fazendo o que sempre fez. Mas é temerário, depende do caso, precisa ter cautela. Não somos capacitados tecnicamente para isso — observou o major.
Nesta manhã, GaúchaZH manteve também manteve contato com os Bombeiros em busca de informações sobre essa alternativa de atendimento, mas até o momento não obteve nenhuma resposta.