Na data em que é lembrado o Dia Nacional de Conscientização da Cardiopatia Congênita, um número chama a atenção: 70% dos bebês que nascem com problemas cardíacos não conseguem receber o tratamento adequado no Brasil. Conforme o coordenador da área de Cardiologia Pediátrica do Hospital da Criança Santo Antônio, Marcelo Brandão da Silva, esse dado é reflexo da desativação dos centros especializados nesse tipo de tratamento.
Segundo o especialista, um diagnóstico precoce, feito ainda na gravidez, pode ajudar no sucesso do tratamento. Por meio de uma ultrassonografia específica para avaliar o coração do feto, exame que pode ser feito a partir das 20 semanas de gestação, é possível identificar o problema e até mesmo já começar a combatê-lo. No entanto, nos casos mais graves, o tratamento inicia somente após o parto.
—Esses bebês devem ser manejados inicialmente em UTIs especializadas e submetidos a tratamentos clínicos ou cirúrgicos já nos primeiros dias de vida, o que resulta em um melhor prognóstico — diz Silva.
Estima-se que no Brasil, aproximadamente 28 mil crianças por ano nasçam com cardiopatias, das quais 18 mil precisarão de cirurgia nos primeiros meses de vida.