A Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou, nesta segunda-feira (23), que irá garantir a medicação necessária para os pacientes diagnosticados com toxoplasmose em Santa Maria, na Região Central. O surto da doença no município começou a ganhar repercussão na semana passada, quando 21 casos foram confirmados. Ao todo, 156 situações foram notificadas. Destas, 135 aguardam o resultado do exame de contraprova.
De acordo com o secretário estadual da Saúde, Francisco Paz, o foco das ações são as gestantes infectadas, já que a doença pode provocar má formação e até mesmo aborto. Pelo menos 12 grávidas foram diagnosticadas com a doença, sendo sete residentes em Santa Maria.
— Todo o Sistema Único de Saúde (SUS) mantém a espiramicina disponível em pequenas quantidades, pois nunca se tem uma necessidade maior, a não ser em situação como a que estamos vivendo — explica Paz, ao destacar que o fabricante não disponibiliza o medicamento com facilidade como os demais. — Ele é mais raro — observa.
Por conta disso, a SES está buscando reforços em outras cidades gaúchas e em outros Estados.
— Para garantir a medicação caso haja mais gestantes infectadas — ressalta o secretário, ao frisar que há remédio suficiente para os pacientes já em tratamento.
Conforme o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, a fonte da infecção ainda é desconhecida, mas recomenda aos moradores consumirem a água da Corsan apenas fervida ou optar pela mineral.
— Nenhuma hipótese é descartada: ou é carne crua consumida, verdura mal lavada ou a água — observa, ao garantir que a investigação está sendo feita em todas as áreas.
Francisco Paz lembra que a toxoplasmose é uma doença endêmica, que ocasionalmente aparece na população e que muitas pessoas têm e não sabem.
— O preocupante é quando ela é adquirida durante uma gestação. Precisamos ver os pontos em comum entre os pacientes positivados para descobrir qual o elemento que os liga — salienta Paz.