A notícia da prisão da proprietária de uma clínica de vacinação privada por suspeita de fraude preocupa autoridades públicas e pacientes. As suspeitas que recaem sobre a clínica Vacix, de Novo Hamburgo, são várias e se estendem para os imunizantes contra febre amarela e meningite, afirma o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo, que classifica o caso como um "crime contra a saúde pública":
— É uma lista grande. Primeiro, que eles não tinham vacinas da febre amarela. Alegaram ter comprado informalmente e sem nota fiscal de outras clínicas de Novo Hamburgo. Também estariam fazendo aplicações com ampolas vazias.
Para garantir a segurança na hora da imunização, chamado ato vacinal, a médica infectologista Lessandra Michelin, presidente do Comitê de Imunizações da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), lembra que é preciso que o consumidor fique atento aos seguintes pontos:
- A ampola deve ser mostrada para o paciente ou responsável por ele, no caso de crianças, antes da aplicação;
- Deve-se atentar para a data de validade e lote do produto;
- Toda a preparação deve ser feita diante do paciente: seringa e agulha devem ser abertas no momento da aplicação;
- As doses devem estar com o lacre antes da aplicação. Não aceite frascos abertos;
- A aspiração da dose é feita na hora, nunca com seringas já preparadas. A exceção são algumas vacinas, como a da gripe de algumas farmacêuticas, que podem vir prontas em uma seringa. Se for o caso, vale o mesmo procedimento de mostrar lote e validade, seguido da retirada do lacre na hora da aplicação.
Na hora de escolher uma clínica privada, Lessandra orienta que o paciente busque informações prévias sobre o estabelecimento e verifique se ele tem um médico como responsável técnico:
— Se acontecer qualquer acidente ou reação adversa grave, esse local precisa ter condições de atender a pessoa.
Embora nem sempre os consumidores tenham acesso a toda clínica, é importante observar se ela tem instalações adequadas, como geladeiras próprias para armazenar os produtos. Também é imprescindível que o local conte com autorização de funcionamento dado pelos órgãos de saúde responsáveis, que deve ser exibida em local onde os clientes possam ver. E lembre-se: o estabelecimento deve manter um registro com dados do paciente e informações sobre as doses que recebeu.