O Brasil é um dos recordistas em depressão na América Latina. Violência, alcoolismo, depressão e preconceito ajudam a adoecer e pioram a situação de sofrimento das pessoas. Segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde, em Caxias do Sul são mais de 5.000 atendimentos mensais. Entre eles, estão 1,5 mil consultas psiquiátricas adultas e pediátricas e 350 em psicoterapia adulto e infantil, 230 atendimentos de crianças e adolescentes em função de grave sofrimento psíquico e 250 de adultos devido a transtornos mentais graves. Também há atendimento de 1.870 pessoas por dependência de álcool e outras drogas e 850 crianças e adolescentes vítimas de maus tratos, por mês.
O município oferece diversas portas de entrada para o tratamento da saúde mental, entre elas os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os próprios ambulatórios, as 48 unidades básicas de saúde (UBS), os consultórios de rua, o Ambulatório de Atendimento Integral a Crianças e Adolescentes Vítimas de Maus Tratos (Apoiar), a unidade de acolhimento adulto e quatro residências terapêuticas.
Para alertar a respeito do problema, pela primeira vez, Caxias do Sul se engaja na Campanha Janeiro Branco. A ação foi criada em Minas Gerais, em 2003, para fazer a sociedade pensar na saúde mental. O slogan da campanha deste ano é "Quem cuida da mente, cuida da vida".
Conforme Elizabete Bertele, diretora técnica da rede de atenção psicossocial, a tendência do ser humano é se preocupar com a saúde mental somente quando ela está atrelada a alguma doença física. Não há preocupação com a prevenção.
A diretora destaca que a escolha da data e da cor da campanha não ocorreu por acaso. Janeiro representa tempo de renovação e mudança, enquanto o branco simboliza um espaço para escrever e reescrever novas histórias de vida. O grande objetivo do Janeiro Branco é estimular as pessoas a debaterem a saúde mental e adoecimento emocional, além de favorecer a elaboração de políticas públicas para a área.