O ministro da Saúde, Ricardo Barros, rebateu nesta quinta-feira (13) as críticas dirigidas à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do teto dos gastos públicos, aprovada esta semana na Câmara dos Deputados. A PEC define que as despesas da União só poderão crescer, nos próximos 20 anos, até o limite da inflação do ano anterior.
Na avaliação dos críticos, a proposta prejudicará áreas essenciais como saúde e educação, porque não há previsão de incremento do valor investido pelos próximos anos. O ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, por exemplo, chegou a dizer que o projeto seria “uma condenação de morte para milhares de brasileiros que terão a saúde impactada”.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, condenou a postura de Temporão e disse que essas críticas partem de “profetas do apocalipse”.
“São profetas do apocalipse. Estão querendo criar um clima que não existe. Eu estou absolutamente tranquilo com relação à PEC. Sou parlamentar, com 20 anos de mandato. Não há risco de ter recursos insuficientes para a saúde no Brasil”, disse Barros em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Ricardo Barros lembrou que, apesar da imposição de um teto, poderá haver uma “acomodação” entre os valores disponíveis para cada uma das áreas. Ou seja, recursos poderão ser retirados de uma pasta para serem realocados em outra. O ministro, no entanto, não soube precisar quais pastas poderiam abrir mão de valores.
“Outras áreas terão que se acomodar para que o teto total de gastos seja mantido. Quanto à saúde, não vejo nenhuma preocupação. Teremos recursos suficientes”, disse.
O ministro lembrou ainda que a construção e a aprovação do Orçamento passa pelo Congresso Nacional e, dentro dessa perspectiva, disse que os parlamentares não aprovariam diminuição de recursos para a saúde no ano seguinte.
"Eu não vejo que haverá redução de recursos pra saúde. O Congresso não permitiria isso durante a votação do Orçamento. É a prioridade de todos os parlamentares", disse.