O ministro da Saúde defendeu nesta quinta-feira (30) uma mudança na gestão de recursos e na solução de atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, Ricardo Barros afirmou que a área não ficará de fora de restrições orçamentárias impostas pelo ajuste fiscal do governo federal.
Segundo Barros, no entanto, é possível fazer mais com os recursos disponíveis. Uma das políticas defendidas pelo ministro é a de inversão do financiamento entre atendimentos de alta complexidade e a atenção básica.
"Estamos fazendo coisas erradas no SUS. Paga-se muito bem na alta complexidade, até mais que planos de saúde. E financiamos mal a atenção básica. Essa lógica será invertida", afirmou Barros.
Para o ministro, entre as medidas necessárias na atenção básica estão a qualificação profissional e a informatização. A meta é ampliar os atendimentos a quem mais precisa.
"Hoje, todo mundo pede exame, radiografia e tomografia. Metade dos exames feitos não são retirados e até 80% dão resultados normais. É evidente o mau uso de dinheiro público que se apresenta por falta de informatização e controle de gestão", disse o ministro da Saúde.
UPAs não vão abrir
O ministro da Saúde também comentou sobre a cobrança feita por municípios e Estados para a abertura de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) que estão prontas e aguardam recursos para começar a funcionar. Conforme levantamento do Ministério da Saúde, são 94 unidades nessa situação em todo o país e que não têm previsão de abertura.
"Algumas só aguardam a contrapartida da União. Outras foram colocadas em cidades incompatíveis e sem a capacidade de as prefeituras fazerem a sua parte", afirmou o ministro.
Segundo Ricardo Barros, as UPAs só abrirão só quando houver aval da equipe econômica. Ainda conforme o levantamento da pasta, há 143 unidades no País funcionando sem contrapartidas da União, apenas com recurso de prefeituras e Estados.