Se engana quem pensa que o único legado da covid-19 no mercado de trabalho foi o home office. Assim como em diversas outras profissões, a biomedicina, que já vinha crescendo significativamente nos últimos anos, recebeu o merecido reconhecimento ao auxiliar no desenvolvimento da vacina. Mas quais são as tendências para o mercado após um feito tão significativo? Conversamos com a biomédica e coordenadora do curso de Biomedicina do Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), Natália Cavagnolli, para falar sobre o assunto.
O que faz um biomédico?
Antes de avançarmos para o futuro é essencial compreendermos o que é a biomedicina e o que faz um profissional formado na área. Afinal, ela é uma das especialidades mais jovens do setor da saúde, tendo surgido por volta dos anos 1960.
A biomedicina representa uma união de outras duas áreas: biologia e medicina. Ela estuda microrganismos, trabalhando de forma geral na prevenção e diagnóstico de doenças, assim como na melhora de tratamentos, em parceria com diversas outras áreas da saúde.
O biomédico é então o responsável por desenvolver essas pesquisas e não apenas relacionadas aos seres humanos, como também aos animais e até mesmo plantas. Mas, existem diversas outras áreas em que o profissional pode atuar.
Curva de crescimento indica futuro promissor
Muitos pesquisadores já identificam a biomedicina como profissão do futuro porque as tendências apontam para uma necessidade cada vez maior do biomédico. O aumento da expectativa de vida das pessoas, por exemplo, é um dos fatores que exigirá o desenvolvimento de mais exames para cuidados preventivos ou então a criação de novas vacinas.
De acordo com Natália, biomédica e coordenadora do curso de Biomedicina da FSG, é justamente a expansão das áreas de atuação do profissional que permitirá o atendimento às demandas reais da população.
- Um dos grandes exemplos disso são as análises ambientais, visto que a sustentabilidade é um pilar do futuro. Na Serra Gaúcha também existe uma alta demanda por profissionais capacitados para a área de alimentos, além da atuação cada vez mais consistente do biomédico na área de reprodução assistida, devido à grande procura de técnicas de fertilização in vitro, além, claro, das áreas já conhecidas e consolidadas, como estética e análises clínicas - ressalta.
O futuro da biomedicina
Diante deste cenário, alguns setores da biomedicina já são vistos como promissores por Natália e outros profissionais do setor. Veja abaixo alguns deles:
- Genética
As tendências apontam para trabalhos relacionados à reprodução humana assistida, mas também ao sequenciamento de genoma, medicina personalizada e terapia gênica. Ou seja, o desenvolvimento de pesquisas e exames que identificarão propensões a doenças por meio dos genes identificados. Dessa forma, novos tratamentos poderão ser criados e até mesmo personalizados com base na mutação genética que for identificada. Doenças como o câncer poderão ser tratadas por meio desses estudos.
- Estética
As inovações estarão relacionadas à promoção do bem-estar físico dos pacientes, desenvolvendo intervenções que combatam marcas estéticas de envelhecimento e até mesmo disfunções estéticas.
- Hemoterapia e Terapia Celular
A hemoterapia envolverá testes sorológicos para pesquisa de doenças infecciosas a fim de desenvolver exames, medicamentos e vacinas. Já a terapia celular envolverá a obtenção, análise e transfusão de células progenitoras para desenvolvimento de novos tratamentos e outros procedimentos que envolvem a criopreservação.
- Colpocitologia Oncótica
O nome parece assustador, mas se trata de análises microscópicas de células, para identificar suas características, assim como possíveis danos e lesões do colo do útero. A prática poderá permitir a identificação inicial de um câncer do colo do útero e as possibilidades de tratamento, por exemplo.
- Alimentício
A Serra Gaúcha é uma região que conta com diversas indústrias alimentícias, além de ser o maior polo vitivinícola do país. E a biomedicina também tem espaço nesse ramo, atuando na área analítica dos alimentos, nos laboratórios e no controle de qualidade da elaboração dos produtos, como laticínios, uva e derivados, bebidas, carnes, grãos, entre outros.
Portanto, nessa área, o biomédico costuma fazer o acompanhamento de toda linha de elaboração do produto, desde o recebimento das matérias primas até a liberação paravenda, por meio de análises e demais processos de controle de qualidade.
Como se preparar para o novo mercado
A dica de Natália é manter-se atento e resiliente, com um bom senso de adaptação às mudanças, que serão frequentes.
- A busca por conhecimento e aprimoramento contínuo é fundamental. Hoje em dia, entendo que não só o profissional biomédico como todos os outros profissionais devem buscar o aprendizado constante para conseguir acompanhar todas as mudanças e o formato dinâmico do mercado de trabalho, assim como as demandas da sociedade - reforça.
Biomedicina na FSG
No Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG) os estudantes são preparados para essa realidade por meio de aulas práticas e, sobretudo, do contato com professores que também atuam no mercado de trabalho. Além de acompanharem tanto as inovações tecnológicas, quanto sociais para atenderem às demandas e manterem-se atualizados com os princípios requeridos pelo setor.
Contando com uma infraestrutura completa, o curso tem diversos laboratórios, como o de Bioquímica, Microbiologia, Imunologia e Anatomia, e, também, salas de Coleta, Esterilização, Lavagem e Descontaminação.
Além disso, a FSG é uma das poucas instituições no Brasil a contar com um Laboratório Escola de Biomedicina que promove atendimento ao público externo. O espaço é voltado para a prática de análises nas mais variadas áreas. Os interessados podem conferir os serviços e ter mais informações, pelo telefone (54) 92001.6423 ou pelo e-mail natalia.cavagnolli@fsg.edu.br.
- Nossa prioridade é que os biomédicos formados pela FSG tenham autonomia científica, além de todo conhecimento teórico e prático, para atuar com excelência. Os professores têm muita experiência prática nas suas respectivas áreas e incentivam os alunos no desenvolvimento de um profissional com senso crítico perante diferentes situações na rotina de atuação, sempre com ênfase na abordagem humanizada - destaca Natália Cavagnolli, biomédica e coordenadora do curso de Biomedicina da FSG.
Acesse o site da Faculdade de Biomedicina da FGS e confira mais detalhes