
Este sábado (22) está sendo um dia que deixaria o cantor Chorão feliz da vida. Porto Alegre segue em clima da cultura skateboard, vivendo as semifinais do STU Pro Tur, que ocorre na Orla do Guaíba. O sol briga para brilhar entre as nuvens e muitos jovens estão reunidos - e sendo levados a sério - para ver os astros da modalidade, com destaque para uma em especial.
“Eu vim ver a Fadinha” foi a frase unânime dita por todos que foram ouvidos pela reportagem. A maranhense Rayssa Leal, de fato, é a grande atração do evento, mas muitos outros nomes do skate nacional - e mundial - estão fazendo os gaúchos vibrarem a cada manobra feita na pista à beira do Guaíba.
O calor, que bateu os 32ºC no começo da tarde, não impediu que o público chegasse em peso para o evento e ocupasse as arquibancadas. Para se refrescar, vale água, refrigerante, suco, energético, cerveja e leques para se abanar. E, claro, o boné é o acessório mais utilizado.
Cristian Escouto, 35 anos, coordenador logístico, e Gabriela Bohm, 34, programadora de produção, vieram de Canoas para que a filha Joana, de 7 anos, pudesse ver de perto o campeonato e, principalmente, a Fadinha.
— Ela anda desde pequeninha. Um skate foi um dos primeiros presentes que eu dei para ela. Eu andava quando criança e, agora, tento passar isso para ela — diz Escouto.
— Eu sei andar um pouco bem de skate, mas não sei fazer manobra. Ainda — complementa a pequena.
Gabriela, por sua vez, enfatiza a importância de uma atração como o STU ocorrendo em Porto Alegre:
— Acho ótimo que este tipo de evento por aqui. Sempre víamos pela televisão, mas, agora, podemos participar pela primeira vez.
Sonho

Sentado na arquibancada, Matheus Corrêa, estudante de 18 anos, da Capital, segurava o seu skate nos braços e observava atentamente as manobras dos profissionais na pista. Ele, que pratica o esporte há 13 anos, lamenta que ainda não chegou no nível de poder competir no STU, mas segue firme em sua convicção:
— Vou seguir praticando. Quem sabe quando eu tiver uns 27, consiga estar ali com eles, no nível deles, competindo. O skate inspira bastante e é bom demais poder ver de perto essa mensagem sendo espalhada.
Se na grande pista grande somente os skatistas profissionais estavam andando, em uma pequena, ao lado da loja de uma das patrocinadoras do evento, uma menorzinha estava disponível para quem quisesse fazer umas manobras… com a mão!
Estava por ali o vidraceiro Nicolas Mello, 23, que veio de São Leopoldo para ver a competição do STU, mas, também, para poder brincar na pistinha.
— Não é em todo lugar que se encontra uma dessas — explica Mello. — Vi pelo Instagram que teria essa pistinha e, na hora, decidi que iria vir aqui.
O jovem, além do skate de dedo, também anda no skate de tamanho normal. Para ele, o esporte foi um recurso para poder praticar alguma modalidade que não exigisse um condicionamento físico que não é o dele:
— Eu sempre fui gordinho. E no futebol eu não tinha muito espaço. Então, comecei a ver o pessoal na pista e vi que é um esporte que não depende muito dos outros, como o futebol. É tu contigo mesmo. Já faz 16 anos que ando de skate — contou Mello, que chegou ao STU às 6h, fazendo questão de ser um dos primeiros a entrar no espaço.
Acessível

Janice Oliveira, 35, empregada doméstica, ficou sabendo que o STU estava em Porto Alegre na sexta-feira (21), ao ouvir pela Rádio Gaúcha. Na hora, já convidou os amigos Alexsandro Gomes, 36, pintor, e Andreza Araújo, 27, agente educadora, para irem ao evento. Eles aceitaram na hora e, neste sábado, saíram os três de Eldorado do Sul para curtir a competição.
— Vim, principalmente, para ver a Rayssa Leal. Mas estou achando tudo ótimo. A estrutura é muito boa, tudo bem organizado e acessível, já que tem ingresso gratuito — detalha Janice.
— A gente sempre acompanha pela televisão. Eu sempre tive curiosidade de saber como era, então está sendo muito bom poder ver ao vivo — complementa Gomes.
Tímida para dar entrevista, Andreza se resumiu a dizer:
— Estou adorando.
As semifinais seguem ocorrendo neste sábado até às 20h e, no domingo (23), serão realizadas as finais das modalidades street e park, tanto masculino quanto feminino. Os ingressos gratuitos podem ser resgatados no site do STU - também há opção de entradas pagas.