O navio Mount Taranaki, operado por uma empresa argentina, está encalhado no canal de Itapuã, entre os municípios de Viamão e Barra do Ribeiro, há pelo menos 36 horas. A embarcação ficou impedida de seguir viagem rumo a Porto Alegre por causa do baixo fluxo de água no começo da manhã de quinta-feira (31) e segue sem previsão de ser removida do local.
Segundo a Portos RS, responsável pelo gerenciamento do sistema hidroportuário do Rio Grande do Sul, ainda são aguardadas condições favoráveis, entre elas, o vento sul e o aumento do nível da água na região.
Conforme o diretor da Praticagem da Lagoa dos Patos, Geraldo Almeida, três navios dependem da remoção da embarcação para que possam navegar pelo canal, sendo dois de grande porte e um pequeno. Uma das embarcações está atracada no porto da Capital e aguarda para sair de Porto Alegre. Outra embarcação está em Rio Grande, no sul do Estado. O terceiro navio está fundeado antes do canal de Itapuã.
Almeida revela que o nível de água subiu 30 centímetros nesta sexta-feira (1º), volume ainda insuficiente.
— Acima de um metro o navio deve flutuar uma das partes e facilitar o desencalhe. Como o rio subiu 30 centímetros, não é o suficiente para a retirada — explica.
O navio Mount Taranaki se dirigia ao porto da Capital com carga de cevada quando ficou parado por falta de fluxo de água.
Especialistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), avaliam que o encalhe do navio pode ter sido provocado pela movimentação de areia no leito do Guaíba, principalmente durante o período recente de cheia.
O movimento, segundo o IPH, pode ter alterado a profundidade de trechos do canal, prejudicando a passagem das embarcações.