O início da primavera é acompanhado por uma onda perfumada e colorida no interior do Mercado Público de Porto Alegre. Neste sábado (21), assim como nos últimos três dias, visitantes do tradicional espaço da Capital puderam circular pela Exposição de Orquídeas e observar mais de 200 espécies diferentes da flor.
O evento, promovido pelo Círculo Gaúcho de Orquidófilos (CGO), já se tornou parte da agenda anual da Capital. Nesta edição, a exposição celebra a retomada do Mercado Público, assim como do setor de orquídeas, que foi amplamente impactado pelas alterações climáticas no Rio Grande do Sul ao longo deste ano.
— Nosso objetivo é reativar o mercado, levar a importância preservação da espécie para as pessoas, porque muitas ainda pensam que a orquídea é um parasita, além de ensinar as pessoas a como tê-las em casa — resume o presidente do CGO, Carlos Chiaradia.
Além das mais de 1,2 mil orquídeas expostas, a programação do evento incluiu cursos, palestras e workshops. Uma competição também foi promovida, avaliando questões como genética, beleza, forma e cor de diferentes flores dos expositores. Um dos destaques do concurso foi a estreia de uma nova categoria: Orquidófilo Mirim, que premiou cultivadores de até 14 anos.
Surpresa boa
Caminhando pelos corredores da exposição, a psicóloga Roseli Kuhnrich, 68 anos, fotografava os diferentes exemplares da flor. Ela, que circulava pelo Mercado Público, ficou sabendo da exposição e conta que foi uma surpresa positiva para a programação desta tarde.
— É lindíssimo. Me chamou atenção a diversidade de tamanhos e cores, algumas com aromas — diz.
Ela relata que familiares são produtores de orquídea, então, apesar de não atuar na área, também passou a ser uma admiradora da planta.
Com auxílio de um lupa, a artesã Elisabeth Chagas, 65 anos, observava a mesa de mini orquídeas quando foi abordada pela reportagem de Zero Hora.
Ela que mora em apartamento, costuma adornar a residência com plantas e folhagens. Segundo ela, a prática é um hobby.
— Eu tenho uma coleção parecida com essa aqui, de minis. Faz cerca de 20 anos que faço isso. Eu gostei muito de vir aqui e ver essa variedade de cultivos. Se tiver uma próxima edição no ano que vem, vou querer visitar de novo — garante a mulher.
Importância para o setor
Gabriela Weber, 27 anos, viu na exposição uma forma de alavancar os negócios após as recentes alterações climáticas no Estado afetarem o orquidário comercial da família. Desde quinta-feira, a empresa, com mais de uma década de atuação, expõe seus produtos no evento.
— Neste ano, justamente em função da presença de umidade muito constante no ar, grande parte das Cattleyas (orquídeas) que estariam florindo agora acabaram passando por um processo de abortamento floral. Isso impactou muito os negócios e não conseguimos vender tanto. Graças a Deus, estamos aqui hoje, vendendo bastante e dando a volta por cima — comemora.