Quase dois meses após o incêndio na Pousada Garoa, em Porto Alegre, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) estimou nesta terça-feira (18) que o laudo será assinado nos próximos dias. Conforme o IGP, os peritos estão revisando a versão final do documento. Das 10 pessoas que morreram em decorrência do fogo da madrugada do dia 26 de abril, sete foram identificadas até o momento.
A investigação, entretanto, ainda não tem prazo para ser concluída. De acordo com o delegado Daniel Ordahi, os trabalhos foram prejudicados pela enchente. A 17ª Delegacia de Polícia alagou, assim como a ação do Instituto-Geral de Perícias foi comprometida em decorrência da inundação.
A polícia também não conseguiu recolher os depoimentos dos bombeiros que atuaram no combate ao fogo, já que o Corpo de Bombeiros está mobilizado com a enchente. Agora, com a perícia entregue pelo IGP, a expectativa é que a Polícia Civil consiga avançar no caso.
Segundo Ordahi, as circunstâncias não irão prejudicar a elucidação do caso. O que acontece é que o inquérito policial deve ser concluído em um prazo maior, ainda não definido.
Todas as 15 pessoas que ficaram feridas no incêndio já receberam alta. Um dos feridos, porém, segue no Hospital de Pronto Socorro esperando encaminhamento para abrigagem. No Hospital Cristo Redentor, o último ferido recebeu alta no dia 2 de maio.
Em nota, a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) declarou que suspendeu, desde o final de abril, novos ingressos de pessoas assistidas pela prefeitura na Pousada Garoa. O órgão aguarda a conclusão de uma inspeção determinada pelo Gabinete do Prefeito Sebastião Melo, que seria realizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) e Vigilância Sanitária.
No início deste mês, um grupo de pessoas em situação de vulnerabilidade social ficou sem ter onde dormir após ser informado sobre o fim da hospedagem na Garoa. Conforme a Fasc, das 308 pessoas que eram acolhidas na pousada, 66 tiveram o voucher renovado. Já outras 115 foram encaminhadas para auxílio moradia, abrigos e alojamentos provisórios e 77 seguem entre albergues e centros pop — unidades públicas voltadas para o atendimento especializado à população em situação de rua.