O sistema de proteção contra cheias construído na década de 1960, após Porto Alegre enfrentar a pior enchente registrada até então, em 1941, é testado diariamente desde a última sexta-feira (3), quando o nível do Guaíba superou a marca histórica.
Segundo o prefeito Sebastião Melo, o muro da Avenida Mauá está passando por um teste de fogo e “resistindo bravamente”.
— Não há nenhum rompimento no Muro da Mauá até agora. Esses portões passaram por revisões em determinados momentos. Talvez ele tenha que ser substituído por uma outra tecnologia e disso nós não vamos nos furtar — afirmou em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (6).
O diretor-geral do Departamento de Água e Esgoto (Dmae), Maurício Loss, afirma que foram feitos diversos investimentos no sistema de defesa de cheia do Guaíba, tanto em reformas estruturais (cerca de R$ 3 milhões) quanto de equipamentos (aproximadamente R$ 6 a 7 milhões) desde 2019. Desde então, segundo Loss, o Dmae possui também um contrato de cerca de R$ 2 milhões ao ano para manutenção do sistema de proteção de cheias.
Ele admite, no entanto, que os episódios climáticos recentes evidenciam que é hora de repensar o atual sistema.
— Em setembro do ano passado o Guaíba chegou a 3m17cm, em novembro em 3m46cm e agora 5m35cm. É o momento de a cidade se reinventar. Estamos passando por um novo momento climático no planeta e não só em Porto Alegre e esse sistema precisa ser reinventado, isso os especialistas falam — pontuou o diretor durante a coletiva.
Conforme o Dmae, já foram identificadas deficiências no sistema, e está sendo elaborado um projeto de ampliação de todas as casas de bombas na região do quarto distrito. No entanto, devido ao alto custo do investimento, há necessidade de buscar financiamento para as intervenções.