Em entrevista à Rádio Gaúcha, na tarde desta sexta-feira (3), o diretor-geral do DMAE, Mauricio Loss, alertou para a possibilidade de rompimento das comportas 11 e 12, do sistema de proteção a cheias de Porto Alegre. Ambos ficam mais próximos da região da ponte do Guaíba com vão móvel, no encontro da Voluntários da Pátria com a Avenida Sertório.
Mais cedo, a comporta de número 14 rompeu parcialmente com a força da água e, agora, teme-se que o portão tombe e, assim, entre cada vez mais água. De acordo com Loss, uma grande lâmina de água está avançando em direção ao Centro, chegando até a altura da Voluntários com a Rua Câncio Gomes.
— A força do Guaíba está tão grande que a água fica represada dentro de Porto Alegre — disse Loss.
Segundo a assessoria de imprensa do DMAE, um blindado do Exército estava indo reforçar o portão 12, mas, por conta de uma "inviabilidade técnica", o movimento foi abortado. No local, foram colocados mais sacos de areia.
— Infelizmente, há, sim, a possibilidade do rompimento de outros portões. Os portões 12 e 11, que ficam também na Voluntários. Eles são um sistema diferente de portões. Os portões 3 e 4, que ficam no Muro da Mauá, são portões mais reforçados, portões diferentes, com estrutura diferente, acabam tendo uma segurança maior — explicou Loss.
Nível histórico
De acordo com o diretor-geral do DMAE, o sistema de proteção contra cheias está passando por um "teste jamais feito":
— Infelizmente, perdemos as réguas de medição e estamos às escuras. Há estimativas de que o nível do Guaíba esteja entre 4,30m e 4,70m. Nós, do DMAE, estamos tentando instalar uma régua provisória dentro do Cais (Mauá) para que a gente tenha, pelo menos um registro destas marcas e um parâmetro para saber como agir.
Loss ainda admitiu que o sistema de vedação dos portões não é perfeito e que, por isso, a água está passando para a cidade, mesmo com as comportas fechadas. E, para piorar a situação, na Avenida Mauá, as duas casas de bombas não estão conseguindo cumprir as suas funções por conta da alta do Guaíba.
— O nível do Guaíba está tão alto que acabou se nivelando com o canal de expurgo dessas casas de bomba. O canal de saída. Ou seja, ao invés de conseguirmos tirar a água da cidade e mandar ela para o Guaíba, a força do lago está voltando por esse canal, por baixo do muro, por baixo das galerias, que é por onde essa água deveria sair — detalhou Loss.
Ainda de acordo com o diretor-geral do DMAE, quanto mais o nível da água sobe, maiores são as áreas que a CEEE Equatorial pode ter que fazer o desligamento da energia elétrica — seja na região da Voluntários da Pátria ou do Centro. E a situação pode se agravar uma vez que as outras casas de bombas, que ainda estão funcionando, podem precisar ser desligadas.
— E, aí, piora muito a situação e a água começa a tomar conta com força — lamenta Loss.