Ao menos 400 pessoas seguem desalojadas ou desabrigadas em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, após a elevação do nível dos rios Guaíba e Jacuí. Desde 7 de setembro, moradores dos bairros Itaí, Sans Souci, Cidade Verde e Picada são afetados pelo volume de água nas ruas. Outro ponto atingido na cidade é a Vila da Paz.
Seguem abrigadas no Ginásio do Loteamento 58 pessoas, entre elas, Celoi Moreira da Silva, 70 anos. Há duas semanas, em razão da cheia, ela precisou ser retirada de sua casa, no bairro Picada. Dias depois, quando o volume diminuiu, ela retornou. Na mesma semana, teve de ser socorrida por um vizinho, que a tirou de barco do pátio.
— A casa é alta, tem quatro degraus e a água tomou conta, entrou dentro de casa. Estragou muita coisa lá. Está tudo mofado. Tinha panela boiando na água e não vai dar para aproveitar. A água baixou e depois subiu no mesmo dia que voltei. Eu não tinha como ficar — lamentou Celoi.
Virgínia Pinheiro Martins, 31 anos, está fora de casa desde 7 de setembro, após a cheia afetar a Vila da Paz. Em razão do volume de água, que não baixou, ela ainda não retornou para sua residência.
— Um vizinho me trouxe de barco. Não dá para voltar. Não tem como pegar água, comida e roupa. As crianças estão doentes. Eu nem penso em ir para casa. Cheguei aqui só com uma malinha — contou Virgínia.
Solução para o problema
Segundo a prefeitura de Eldorado do Sul, para amenizar o volume de água no município está prevista a construção de uma galeria para vazão, de 15 metros O projeto será desenvolvido debaixo da ponte sobre o Rio Jacuí e já tem autorização do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Atualmente, o município conta com duas galerias, de dois 2,5 metros cada, no mesmo local, utilizadas como medida paliativa. O investimento terá o valor de R$ 1 milhão.
Além disso, a prefeitura alegou ter um projeto de criação de um dique, no entorno do bairro Cidade Verde, que já está com licenciamento prévio junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), mas ainda não tem prazo para começar.
Guaíba
Em Guaíba, conforme a Defesa Civil, apesar do nível do Guaíba ter diminuído para 2m27cm e seguir em redução, 17 pessoas permanecem fora de suas casas. Ela seguirão abrigadas em um ginásio da prefeitura até que o nível das águas volte a uma condição segura.
Enquanto isso, de acordo com o órgão, equipes de infraestrutura realizam serviços de desobstrução, além da limpeza de bueiros e valas das localidades mais afetadas.