Atletas de esportes paralímpicos ocuparam uma das quadras poliesportivas da orla do Guaíba, em Porto Alegre, nesta terça-feira (4), dentro da programação do projeto Orla para Todos, que propõe aproximar jovens em situação de vulnerabilidade social da prática esportiva nas quadras do trecho 3.
Três pessoas passaram a tarde praticando rugby em cadeiras de rodas, modalidade das paralimpíadas ainda pouco praticada no Brasil. Elas fazem parte da associação Esporte+, que busca incentivar a prática do paradesporto. No rugby em cadeira de rodas, os atletas utilizam uma bola adaptada (mais esférica do que na versão original) e têm como objetivo chegar à extremidade da quadra. Na atividade da Orla, a marca era delimitada por cones.
Duas das paratletas que participaram da atividade são nadadoras e nunca haviam jogado rugby.
— A sensação é muito boa. Como vivo na água, poder praticar esporte sentada na cadeira fez eu aprender muito. Antes, a Orla era escassa, mas hoje a gente já vê muito mais estrutura para pessoas com deficiência — diz Fabiane Cordiolli, 21 anos.
O treinador Júlio César Alves dos Santos ressalta a importância da iniciativa no contexto psicossocial em que essas pessoas se encontram.
— O rugby de cadeira de rodas é um esporte destinado a um público específico, que perdeu o movimento das pernas, muitas vezes, por acidentes. São pessoas que costumam ficar em casa, que desenvolvem quadro de depressão. Então, a nossa ideia é que as pessoas saiam de casa pra voltar a ter um convívio em sociedade, para que continuem sendo produtivas, tendo seus laços, amizades e objetivos — comenta.
O projeto Orla para Todos é organizado pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (Smelj) da prefeitura de Porto Alegre e disponibiliza professores de Educação Física para aulas gratuitas em diversas modalidades esportivas para crianças e adolescentes atendidas pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) e PCDs. As atividades são realizadas sempre duas vezes por semana, às terças e quintas, das 18h às 20h. Ao todo, o projeto atenderá 40 alunos por turno, sempre nas quadras 2, 7 e 4.
A prefeitura vem buscando parcerias com organizações que promovem a prática esportiva de pessoas com deficiência. Na próxima semana, devem ser iniciadas aulas de vôlei sentado. Outras modalidades também poderão começar a ser praticadas na Orla, como o futebol para deficientes visuais.
— Hoje, a Orla é um local muito visível por todo o Rio Grande do Sul, muita gente quer conhecer. Então, a gente que atrair o público com deficiência para trazer mais visibilidade para os esportes paralímpicos, e para que essas pessoas conheçam o espaço e também as modalidades esportivas — afirma a coordenadora do Paradesporto da Smelj, Liza Cenci.