Começou nesta terça-feira (18) a coleta de amostras da água e dos sedimentos da bacia do Rio Gravataí pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para o monitoramento do uso de agrotóxicos. A ação poderá identificar até 80 tipos de defensivos agrícolas que possam estar presentes no ambiente.
A coleta é feita em cinco estações da bacia e será repetida pelos próximos meses, para que seja possível fazer uma análise comparativa e identificar a sazonalidade das produções agrícolas.
O analista geólogo do Departamento de Qualidade Ambiental da Fepam, Glaucus Ribeiro, afirma que a escolha dos pontos de coleta foi motivada pela localização das plantações que ficam nas proximidades do Gravataí.
— Este é um projeto longo. As amostras serão encaminhadas para análise e iremos repetir o processo ao longo deste ano. Nossa expectativa é ter um relatório parcial do que for encontrado em um intervalo de 12 a 14 meses — explicou.
A análise das amostras será de responsabilidade do laboratório da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O projeto foi desenvolvido pela fundação por meio de um termo de cooperação com o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPRS) no valor de R$ 752 mil.
O recurso é proveniente do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados (FRBL) do MPRS. Além da bacia do Rio Gravataí, uma análise será feita na bacia hidrográfica do Alto Jacuí. Neste caso, serão feitas coletas e análises da água em oito estações de amostragem da bacia.
Até o momento, a Fepam não tem uma data para iniciar a coleta na região.
— Temos algumas diferenças de logística, mas o monitoramento será bem semelhante. O que muda são os cultivos agrícolas presentes. Na bacia do Gravataí, o cultivo predominante é o de arroz. Já no Alto Jacuí, é a soja — ressaltou Ribeiro.
O projeto faz parte do Programa de Monitoramento da Qualidade da Água da Fepam, que existe desde a década de 1990 e auxilia na implementação da Política de Meio Ambiente do Estado. De forma trimestral, a fundação já realiza um controle da qualidade da água em todo o Rio Grande do Sul. No entanto, sem a mesma abrangência deste estudo específico para identificação de agrotóxicos.