Se o primeiro dia do South Summit Brasil em 2022 foi marcado pela chuva, nesta quarta-feira (29) o sol encontrou espaço entre as nuvens que cobriam o Cais Mauá. Por volta das 11h, os termômetros marcavam temperaturas acima dos 30 graus e muitos visitantes encaravam o calor para circular pelo evento e aguardar para acessar os pavilhões. A espera para adentrar os espaços climatizados chegava a 30 minutos em alguns casos, mas valia a pena, de acordo com quem aproveitava o evento.
— Essa primeira experiência tem sido um pouco desgastante. Alguns eventos mudaram de local e de horário, e não conseguimos entrar em um dos eventos que queríamos porque estava superlotado — comentou o produtor de eventos e conteúdo, Alexandre Marten, 42 anos, que desembarcou do voo que o trouxe de Florianópolis às 6h e veio diretamente para o Cais.
Marten aguardou por mais de 30 minutos em uma fila ao lado do pavilhão antes de assistir à palestra “EUA x China, o que Sobra para a América Latina?”. Ele veio ao evento com dois parceiros de negócios: Pai Chen, 36, taiwanês que tem uma importadora de peças e acessórios de skate do mercado asiático, e Eliézer Dantas, 31, advogado dos dois. O que conecta os três empresários, e os traz ao evento, é o skate.
— Viemos para ampliar conexões e entender ainda melhor o mercado asiático, estamos com boa expectativa para esta palestra — explicou Dantas, que transformou o hobby esportivo em profissão, trocando o norte do país por Canoas, onde, segundo ele, está mais próximo dos clientes e da cena skatista nacional.
Do lado de dentro do pavilhão chamado de Business Connection, o casal José Carlos Salomão, 41, e Isadora Salomão, 36, alternava a atenção entre os palestrantes e o filho de um ano e oito meses, Benjamin — que, por sua vez, alternava entre o colo, o chão, e o carrinho. É a segunda vez que a família vem de Santo Ângelo, nas Missões, para o South Summit com o filho pequeno junto.
— Amanhã vamos deixar ele com a avó, mas hoje não tínhamos quem cuidasse. Preferimos trazer junto do que não vir. Ele até que se comporta, considerando que é uma criança. Ano passado ele estava no colo e foi mais fácil — admite a mãe, controlando o volume da própria voz e da do filho para não atrapalhar o andamento da conversa no palco.
Ela é médica anestesista, veio em busca de atualizações nas tecnologias envolvendo a medicina. O marido é diretor de inovação na Unimed da região, e marcou reuniões ao longo do evento.
Novidades e contatos
No pavilhão onde empresas mostram seu trabalho em estandes, a gerente de comércio internacional da ADVB-RS, Sônia Teruchkin, 73, resolveu fazer um check-up na saúde. Ela e outras pessoas encontraram um estande do Hospital Moinhos de Vento oferecendo experiências completas de teleconsulta. A modalidade é oferecida desde a pandemia e surpreendeu Sônia, paciente regular da cardiologia e da ortopedia do Moinhos.
— Já tinham me oferecido o serviço mas não tinha utilizado, agora aqui, que vim para conhecer novidades, fiquei mais curiosa — disse.
Em uma sala de reuniões na qual só se entra com hora marcada, Thiago Muller, 26, gerente de vendas de chips e produtos para agropecuária industrial na Datamars, conseguiu conversar com uma conexão nas primeiras horas de evento. Ele usa o aplicativo do South Summit para prospectar possíveis clientes e interessados nos produtos de sua empresa, além de “pescar” nos crachás ao longo das filas.
— A estrutura está muito boa, mas as pessoas parecem não saber desta funcionalidade do aplicativo. Facilita, mas vi pouca gente usando. Encontrar alguma conexão aleatória nas filas é bem mais difícil — comentou.