Os fiéis da Igreja Nossa Senhora de Monte Claro, localizada no bairro São Geraldo, no Quarto Distrito, assistem às missas conduzidas no local pelo único capelão polonês da Arquidiocese de Porto Alegre. Trata-se de Zdzislaw Malczewski, 73 anos.
— Desde piá, sempre senti atração pelo Brasil. Nunca soube explicar o porquê — conta o religioso, que veio de Nowe Brzesko, cidade próxima à Cracóvia, ao sul da Polônia.
Há 44 anos no país, o polonês esteve em diversas paróquias do Rio Grande do Sul e até fora do Estado antes de chegar a Porto Alegre em 2015. Começou na paróquia Santa Ana em Carlos Gomes, perto de Erechim, na região do Alto Uruguai. Depois, ficou cinco anos na Igreja da Natividade da Santíssima Maria Virgem, em Ijuí, até ser transferido para a Nossa Senhora de Monte Claro, no Rio de Janeiro, cidade onde permaneceu por mais de uma década. Em seguida, ficou na Igreja São João Batista, em Curitiba, por 11 anos.
— Achei mais importante assumir a Capelania dos Poloneses de Porto Alegre do que ficar na paróquia em Curitiba, onde não faltam padres — afirma, dizendo que o arcebispo metropolitano da Capital, dom Jaime Spengler, foi muito importante para a sua vinda.
Reitor da Missão Católica Polonesa no Brasil desde 2009, o capelão comenta sobre o que mais aprecia em Porto Alegre:
— Gosto do calor. Não suporto o frio.
Malczewski também elogia a vegetação colorida da Capital:
— Há muitas árvores bonitas como ipês e outras. Mas quando cheguei, tive um choque. A cidade parecia muito abandonada, com lixo nas ruas. Hoje, a cidade está mais limpa.
Desde 1991, o padre também atua como correspondente permanente da Rádio Vaticano. O material é produzido e enviado com auxílio de laptop. Além disso, tem uma extensa contribuição à literatura.
— Ontem (15 de março, data da entrevista para GZH), enviei uma matéria sobre o perfil do padre católico brasileiro — orgulha-se.
O polonês vive no piso superior da Igreja Nossa Senhora de Monte Claro, que foi inaugurada em 1934 e costuma reunir muitos poloneses e descendentes em encontros frequentes.
— Aqui, todos colaboram quando precisamos reformar algo na paróquia. Estamos pensando em pintá-la — comenta.
Se depender de Malczewski, sua permanência na Capital tem tudo para ser definitiva.
— Estou muito realizado em Porto Alegre. Os polônicos e descendentes são muito piedosos e participam da vida religiosa da igreja. Não se desligam de sua comunidade eclesial e de sua brasilidade.