Um domingo de glitter e fantasia. De reunião com pessoas queridas. E alguns perrengues. Ou seja, domingo de Carnaval. O domingo (19) de Carnaval levou milhares de foliões às ruas de Porto Alegre para aproveitar a programação dos blocos. Entre os eventos previstos pela prefeitura para o dia, estavam o Bailinho da Lopo, na Cidade Baixa; Carnaval no Bom Fim, Samba de Carnaval, no Centro Histórico e Carna Fuga, no bairro Floresta, no 4º Distrito.
No Bailinho da Lopo, que a reportagem de GZH acompanhou no final da tarde, a Rua Lopo Gonçalves estava tão tomada por foliões que se tornava praticamente intransitável em alguns pontos. Para quem vinha da direção da Rua Lima e Silva, era uma missão árdua caminhar pela rua aglomerada e chegar até os únicos três banheiros químicos, localizados próximos à esquina da José do Patrocínio.
Entre o público, a diversidade predominava: crianças, jovens, adultos e idosos ocupavam a via. Havia um colorido que não se restringia às roupas e fantasias. Entre os foliões ocorria uma velada batalha entre céu e inferno. No caso, pessoas contendo adereços de diabo ou de anjo.
Havia também Homem-Aranha, Bob Esponja, fadas, piratas, muitos colares de flores havaianas, muito gliter na cara, pessoas que exibiam o torso nu e roqueiros. Sim, foliões com camisetas de bandas como Iron Maiden, Guns N' Roses e Wolftrucker, além de gliter na face.
Assim como em anos pré-pandemia, as plaquinhas seguem sendo tendência. Uma jovem portava uma placa com os dizeres "Você chegou ao seu destino". Já outro jovem mais pessimista alertava: "Estrago a pessoa amada em três dias". Também havia casais que combinavam as placas. "Eu que lute", dizia a placa do rapaz. "A luta", dizia a placa da companheira. "Pegando um solzinho", avisava a placa de uma mulher, que andava de mãos dadas com um homem com um adereço de sol na cabeça.
No geral, o clima era descontraído e amigável na Lopo, com grupinhos de foliões divertindo-se em torno de suas caixas térmicas. Contudo, a sonorização foi um problema. Até as 18h, música na Lopo só se viesse de alguma caixa de som de folião. Não se ouvia nada. Alguns dos frequentadores sentiram essa ausência, como era o caso do casal formado por Edson Bilhar, 59 anos, e Solange Gomes, 57.
— Achei que tivesse terminado quando cheguei — observou Bilhar, que vestia colar havaiano e uma ghutra e egal (acessório do vestuário masculino árabe, composto por argola para prender o lenço que cobre a cabeça).
Mesmo assim, os dois estavam curtindo a movimentação do Bailinho da Lopo.
— É muito divertido. Um jeito de cada um se divertir do jeito que achar melhor. Estou gostando muito — destacou Solange, que vestia colar havaiano.
Edson complementou:
— Também estou gostando muito. Vou me divertir mais com a música.
Carnaval no Bom Fim
Centenas de pessoas ocuparam a Rua Bento Figueiredo, entre Felipe Camarão e a Ramiro Barcelos, no Bom Fim. O clima era bastante familiar, com crianças circulando fantasiadas - às vezes, brincando de pega-pega. A movimentação era tranquila. Houve quem levasse seu cachorro para dar uma conferida também.
No final da tarde, um vento fazia a sensação térmica cair na rua, então era possível encontrar pessoas sem os tradicionais acalorados trajes para esta época de folia. Não havia muitas fantasias no Carnaval do Bom Fim: o público parecia se contentar com gliter, colar havaiano e, às vezes, algum simpático adereço na cabeça. Em compensação, havia muita serpentina.
A música empolgava. Foi realizada a apresentação da banda Grupo Volto Pra Te Ver, que tocava clássicos de roda de samba, como É Hoje e Verdade ("Descobri que Te Amo Demais"), e da MPB, vide Anunciação.
Porém, não havia banheiro químico pela rua. Foi um dos problemas observados por Leonardo Borne, 38 anos, vestido de gênio. Contudo, ele desfrutava o Carnaval por ali.
— Tudo aqui está divertido e interessante. A música está muito boa. Dá para circular, conversar e dançar — relatou.
Próximos blocos de Carnaval
Segundo a prefeitura de Porto Alegre, há eventos de carnaval de rua previstos para a cidade até o próximo sábado (25). Confira:
Terça-feira (21)
- Ensaio de rua da Estado Maior da Restinga, na Avenida Miltom de Oliveira – entre 18h e 23h
- Terça de Samba, na escadaria da Borges, junto ao Viaduto Otávio Rocha – entre 18h30min e 21h30min
Quarta-feira (22)
- Cortejo de Carnaval, na Rua Francisco Ferrer – Rio Branco – entre 17h e 20h15min
Sábado (25)
- Samba Solidário, na Travessa E352 – Camaquã – entre 12h e 22h
- Amigos da Rua, na Lobo da Costa, 191 – Cidade Baixa – entre 12h e 23h30min