Instalada em meados de agosto, a obra "Batimento", do artista radicado na Capital Túlio Pinto, chama atenção de quem passa pela Avenida Borges de Medeiros, no Centro Histórico de Porto Alegre. Mas, quase três meses após ser exposta, já deterioradas, as faixas que compõem o trabalho artístico têm previsão de serem retiradas na próxima semana.
A instalação foi uma das obras da 13ª edição da Bienal do Mercosul, que será encerrada em 20 de novembro. Para estender o tecido, foram utilizadas cordas-guia, com auxílio de profissionais de rapel, por onde depois foram puxadas as faixas.
Inicialmente no tom laranja, a intervenção artística perdeu a cor por conta das intempéries e da poluição. Porém, isso já era esperado, pois, segundo o artista, é um trabalho "efêmero", ou seja, temporário.
— É um espelho da vida. Você certamente não é o mesmo do que era aos 10 anos de idade, mas é a mesma pessoa, é constituído pelos mesmos materiais — explicou Túlio.
De acordo com o artista, o que está sendo visto é o mesmo trabalho, mas em um outro momento de tempo, envelhecido, deteriorado pelo urbano. Apesar de ter recebido manutenção durante a exposição, Túlio afirma que o desgaste é natural.
— De certa forma, é como se o trabalho tivesse sido apagado pela ação do tempo e por toda essa conjuntura do Centro Histórico. A obra acabou sendo prensada pela arquitetura da cidade — completou.
Produção: Leonardo Martins