Apesar da chuva que atinge Porto Alegre neste domingo (3), o público não se deixou abalar e compareceu à festa de lançamento da 242ª Feira do Peixe, na Colônia de Pescadores Z5, na Ilha da Pintada. O evento inaugural teve início às 10h com uma programação especial, celebrando os 250 anos de Porto Alegre e os cem anos da associação — completados em dezembro —, além de chamar atenção para um dos mais antigos e tradicionais eventos da cidade.
Mais de 500 pessoas passaram pela festa, e em torno de 300 almoços — a tradicional tainha assada na taquara — foram servidos. As atrações, com programação cultural e artesanato, seguem até o final da tarde deste domingo, já que a feira em si começa no dia 11.
— A chuva atrapalhou um pouquinho, mas está legal, tem atrações, o pessoal está dançando e cantando, olhando as feirinhas. Colocamos um toldo e ficou bom, deu para atender o pessoal — afirma Gilmar Coelho, presidente da Colônia de Pescadores Z5.
A celebração deste domingo, portanto, é simbólica, pois a venda dos peixes para preparo em casa ocorrerá de fato somente na Semana Santa. Após o cancelamento da edição de 2020 devido à pandemia e a realização da edição de 2021 com restrições, a expectativa para o evento deste ano é alta: superar as 51 toneladas vendidas no ano passado e alcançar os níveis das últimas grandes feiras, de 250 a 300 toneladas.
— O pessoal gosta de ir comprar seu próprio pescado, e vai ter um pescado de boa qualidade, acessível. Sempre nos procuravam, já era um hábito irem comprar os peixes na feira, que ficou prejudicada nesses anos — salienta Coelho. — Eu acredito que vai dar uma boa feira.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Vicente Perrone, o evento precisa ser comemorado e valorizado, pois traz subsistência para muitas famílias do Arquipélago — uma região que historicamente sofre com a distância dos centros urbanos e que tem uma atividade primária importante, assim como a zona rural. Além disso, ressalta que a população adere de forma bastante convicta e compra os produtos.
— É uma população que depende desse evento e consegue fazer com que as vendas relacionadas à Semana Santa sejam substanciais o ano inteiro. A região se desenvolve através da pesca, é uma tradição bastante grande — avalia Perrone. — A comunidade inteira se mobiliza para esse evento. Quase uma centena de expositores utiliza a semana para vender seu peixe e conseguir sustento.
A Feira do Peixe ocorre de 11 a 15 de abril no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico, e de 13 a 15 de abril na Restinga e em Belém Novo. Na Sexta-Feira Santa, também será servido almoço na Colônia de Pescadores Z5 (como de costume aos domingos) e no Largo. Nas ilhas não haverá feira com bancas, porém, os peixes frescos ou congelados podem ser buscados diretamente na casa dos pescadores.