Na seção Bicharada, o Diário divulga animais para adoção. Por meio do jornal, muitos deles conseguiram encontrar lares e famílias. Porém, outros seguem no aguardo, como os cães Hanna, Duda, Emy, Brownie e Alfredo. Diversas vezes eles aparecem nas páginas do DG, mas ainda não foram adotados.
A história dos cinco animais é semelhante. Todos viviam em um sítio em Viamão, próximo à Estrada do Cantagalo. A auxiliar administrativa Márcia Guedes, de Alvorada, é uma das protetoras que tenta encontrar lares para os bichinhos. Ela explica que o sítio onde os cães moravam pertencia a Maria Correa Hoffman, uma senhora de 76 anos que vivia acompanhada por 50 cachorros.
Márcia conta que dona Maria viveu por muitos anos no bairro Azenha, em Porto Alegre, onde começou a recolher animais abandonados. A vizinhança, com o tempo, passou a reclamar do barulho dos bichos. Assim, a família decidiu comprar um sítio na zona rural de Viamão, onde Maria morou com os cães até o fim de sua vida.
Márcia conheceu a aposentada por amigos. Soube que precisava de ajuda e, quinzenalmente, passou a visitar o sítio. De doações de ração à aplicação de vacinas, o Projeto Focinhos de Amor, do qual Márcia faz parte, se dedicou a acompanhar e dar suporte aos cães. Dois anos depois, em setembro de 2019, a idosa faleceu, e o grupo assumiu o desafio de encontrar adotantes.
Acolhimento
Dos 50 bichinhos, apenas os cinco seguem sem um lar definitivo. Márcia mantém Hanna em casa. Brownie e Alfredo seguem no sítio, aos cuidados de um caseiro, e Emy e Duda vivem em um lar temporário, oferecido pela empreendedora Marília Matte, 66 anos. O lar tem como objetivo acolher os animais até que eles encontrem um adotante.
Marília soube da história dos cães de dona Maria pelas redes sociais. Há um ano e três meses, Emy e Duda estão em sua casa, no bairro Auxiliadora, na Capital.
– Elas estão tendo uma vida maravilhosa. Quando chove, até dormem no meu apartamento. Mas o ideal é serem adotadas, terem uma família – comenta, ao explicar que não adota em definitivo os animais por já ter outros quatro mascotes.
Marília mantém as cadelas em um pequeno pátio de seu condomínio, que não costuma ser frequentado por outros moradores. Porém, o local pode ser solicitado pela administração do prédio a qualquer momento.
Márcia fala que, apesar das diferenças físicas, os cinco cães possuem semelhanças: têm mais idade e são medrosos – ela acredita que tenham sofrido maus tratos em algum momento da vida, o que gerou neles esse comportamento. Hanna é uma cadela de personalidade tranquila, mas demostra medo quando está perto de homens. Então, a protetora acredita que o ideal é encontrar para ela um lar onde só vivam mulheres. Já Emy e Duda, devido à idade, estão com a audição um pouco prejudicada, o que não as impede de ter um convívio normal com as pessoas.
– Os adotantes querem cães para cuidar do pátio, para brincar com as crianças, mas estes aqui não servem para isso. Precisam de pessoas que queiram dar amor e carinho, sem esperar muito deles – explica Márcia.
COMO ADOTAR
/// Se você tem interesse em adotar um dos cães desta reportagem (veja mais detalhes sobre eles abaixo), entre em contato pelo telefone (51) 99337-1388 ou Instagram @projetofocinhosdeamor.
Idade: 7 anos
Porte: médio
Localização: Porto Alegre
Faz tratamento de saúde? Não
Castrado? Sim
Idade:
8 anos
Porte: médio
Localização: Porto Alegre
Faz tratamento de saúde? Não
Castrado? Sim
Idade: 3 anos
Porte: médio
Localização: Alvorada
Faz tratamento de saúde? Não
Castrado? Sim
Idade: 6 anos
Porte: grande
Localização: Viamão
Faz tratamento de saúde? Não
Castrado? Sim
Idade: 6 anos
Porte: grande
Localização: Viamão
Faz tratamento de saúde? Não
Castrado? Sim
Produção: Émerson Santos