Após o protesto de donos de food trucks de Porto Alegre, que chamaram atenção no deslocamento entre o Largo Zumbi dos Palmares e a Câmara Municipal nesta quarta-feira (17), a prefeitura de Porto Alegre voltou atrás e decidiu autorizar que os veículos continuem funcionando na Avenida Edvaldo Pereira Paiva, junto à orla do Guaíba, aos finais de semana.
Em e-mail recebido na semana passada, os empreendedores haviam sido orientados a procurar a concessionária do chamado trecho 1 da Orla, a GAM3 Parks, para negociar a utilização do espaço ao lado da Usina do Gasômetro, na Praça Elis Regina. O consórcio cobraria uma taxa de R$ 750 por semana para cada veículo.
No começo da tarde, por nota, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico disse que, “com a inauguração do trecho 3 e o início da concessão da GAM3 Parks, a região vive um novo momento” e, “diante deste cenário, a prefeitura de Porto Alegre acredita que alguns ajustes são necessários para o funcionamento das atividades comerciais regulares e o melhor aproveitamento do espaço público pelos visitantes”. Mas, após se reunir por cerca de uma hora e meia com vereadores de oposição e situação e com representantes dos empreendedores da gastronomia itinerante, o secretário adjunto do Desenvolvimento Econômico de Porto Alegre, Vicente Perrone, afirmou que “tudo não passou de um mal entendido”.
— A gente ia transferir os food trucks para a parte da Orla, mas voltamos atrás quando soubemos que haveria cobrança de um valor, para nós, alto — diz Perrone.
Ele destaca que a reunião na Câmara serviu também para retomar o debate sobre a legislação em torno dos food trucks — eles não podem estacionar a menos de cem metros de distância de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo nem a 150 metros de shopping centers com praça de alimentação ou da própria orla do Guaíba, segundo o texto em vigor.
— Eu, particularmente, sou contra essa questão do raio, acredito que tem que ser discutido com associações e entidades ligadas à gastronomia. A gente já está conversando com alguns vereadores, acredito que vai sair uma composição no sentido de modernizar a legislação — complementa o secretário adjunto.