O leiloeiro Fábio Crespo, um dos mais conhecidos no ramo em todo o Rio Grande do Sul, perdeu o objeto que considera de maior valor no seu ofício: um martelo de couro, sob sua posse desde meados da década de 1990. O instrumento foi furtado por criminosos que arrombaram o veículo do profissional na noite desta quinta-feira (9), na Avenida Taquara, bairro Petrópolis, em Porto Alegre.
— Poderia ter sido pior. Se ele me encontrasse, talvez eu nem estivesse aqui. Mas o martelo, pra mim, tem muito valor — afirma.
O caso aconteceu por volta das 19h de ontem. Crespo chegava ao escritório, após um leilão de bovinos das raças Angus e Brangus.
— Evento realizado na Capital, sem nenhuma ligação com a Expointer – reitera.
Depois de passar cerca de 10 minutos no prédio, o empresário retornou à rua e encontrou o veículo Peugeot 2008 arrombado, com vidros quebrados, capô e bancos vandalizados. Uma mochila com notebook, objetos pessoais e o martelo foram levados pelos bandidos.
— Eu andei pelas ruas do entorno, procurando, achando que eles tinham jogado fora. Imagina, essa gente não se preocupa nem com a vida dos outros, não vão dar importância pra algo assim — complementa.
O leiloeiro iniciou a mediação entre vendedores e compradores em 1982 - com 60 anos, tem mais da metade na profissão. Iniciou por influência do pai, Fausto Crespo, um dos pioneiros da atividade no Estado.
O martelo foi presente do artesão Moacir Mattos. É de madeira, envolto em couro amarelado, com trançado em tons um pouco mais escuros. Tem as pontas gastas pelo uso, pois o acompanhava a todos os lugares.
O caso foi registrado na Polícia Civil, que investiga o crime. Contato direto com o dono do objeto pode ser feito pelo Instagram @fabiolmcrespo.
Na rede social, ele fez um desabafo, acompanhado da foto de um quadro, que reproduz o martelo, e foi dado a ele por sua esposa, Fabiana Lança Fagundes.
— Fica esse lindo “recuerdo” — aprecia o leiloeiro.
A pintura é do artista Felipe Constant.