Em uma assembleia realizada na tarde desta quinta-feira (2), funcionários da Carris consolidaram posição e decidiram entrar em greve a partir de sexta (3). O encontro ocorreu em frente à sede da companhia, na Rua Albion, no bairro Partenon, zona leste de Porto Alegre. O motivo da greve é o conjunto de projetos na Câmara Municipal envolvendo a venda da empresa e a retirada gradual de cobradores de ônibus.
A decisão consolidada se deu após uma a quinta-feira marcada por um número reduzido de ônibus da companhia circulando pelas ruas e avenidas da Capital. Pela manhã, usuários relataram atrasos e transtornos. Somente 65% dos coletivos estava em circulação. Na reunião realizada pela manhã, parte dos trabalhadores já tinha votado pela greve.
Durante a tarde, nova deliberação foi realizada por volta das 17h, na sede da companhia, confirmando a ideia de greve total a partir desta sexta-feira.
— Optamos pela greve geral. Isso foi aprovado mais uma vez agora de tarde. E essa greve geral ocorrerá. Não temos como saber a adesão, mas vamos trabalhar com os colegas — afirmou Marcelo Weber, integrante da comissão de funcionários contrários ao projeto de privatização da Carris.
Entre os funcionários, o clima é de preocupação com o risco de perda do emprego. Sílvia Borges Santos é cobradora de ônibus e diz que os vereadores não estão representando a população.
— Duas vezes prejudica, por algo que a gente achou que não ia acontecer. A maioria não quer. Os passageiros estão do nosso lado — destacou ela.
Após a assembleia, o grupo saiu em caminhada pela Avenida Bento Gonçalves. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) orientava o fluxo na região. Ainda não havia detalhes sobre procedimentos a serem adotados pela prefeitura de Porto Alegre para sanar possíveis transtornos provocados pela greve.