Onze centrais sindicais voltaram a pedir, nesta segunda-feira (1º), medidas mais duras de contenção do coronavírus, desta vez dirigidas ao prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo. No pedido, os representantes de trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público cobram que o prefeito determine lockdown — medida que, de forma genérica, representa fechamento da maioria das atividades.
“Ante a caótica situação de todo o sistema de saúde, comprovada pelo total esgotamento da capacidade de atendimento emergencial e da impossibilidade do sistema hospitalar em absorver a crescente demanda de internações, exigimos da gestão municipal, mais propriamente da autoridade do Prefeito, a imediata decretação de lockdown”, diz trecho do texto entregue pelos sindicalistas.
O pedido ocorreu durante a manhã desta segunda, na entrada da prefeitura. Em resposta, Melo afirmou que recebia as sugestões com alegria e convidou as centrais para participarem do comitê que debate ações de enfrentamento à pandemia.
— O que estamos fazendo na prática? Estamos buscando aumento de leito, testagem, combatendo aglomerações e esse final de semana tomamos decisão de pedir autorização à Câmara para comprar a vacina — disse o prefeito.
Na última quarta-feira (24), os sindicalistas entregaram um pedido de endurecimento das medidas ao governador Eduardo Leite. Naquele momento, eles pediam o fim da “cogestão”, mecanismo do distanciamento controlado estadual que permitia aos prefeitos flexibilizar medidas.
Na quinta-feira, Leite decidiu acatar a recomendação do comitê científico do governo do Estado e determinou a suspensão da cogestão e a adoção de bandeira preta, de altíssimo risco para covid-19, em todo o território gaúcho até, ao menos, o próximo domingo (7). Repetindo o que havia prometido aos eleitores durante a disputa eleitoral, Melo se disse contrário às medidas adotadas pelo governador e defendeu o funcionamento das atividades econômicas.