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Prefeito eleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) afirmou nesta segunda-feira (7) que irá se integrar à iniciativa do Consórcio da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) em busca de um acordo com o Instituto Butantan, de São Paulo, para a compra de lotes da CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pela China e que está em fase final de estudos científicos.
Melo deve conversar nesta terça-feira (8) com a prefeita de Nova Santa Rita, Margarete Simon Ferretti (PT), presidente da Granpal, para discutir detalhes da tentativa de se formar um consórcio metropolitano que consiga o imunizante a preços mais baratos, a partir de uma demanda maior.
— Pretendo me integrar. A Margarete pediu para falar comigo amanhã (terça). Vou sugerir a ela que a iniciativa seja liderada pelos prefeitos atuais, mas com a incorporação dos prefeitos eleitos. Continuo achando que o governo federal pode comprar a vacina, mas, se isso não acontecer, o consórcio metropolitano é um bom caminho para baratear — avalia Melo.
Margarete, presidente da Granpal, entidade que reúne 16 municípios metropolitanos, confirmou as conversas com Melo e com outros prefeitos eleitos, como Jairo Jorge (PSD), de Canoas.
Ela diz que o objetivo é “assinar um protocolo de intenções com o Butantan” para a compra da CoronaVac. Para concretizar o desejo, um primeiro passo será dado na próxima quinta-feira (10), quando comitivas da Granpal e da Famurs irão ao Instituto Butantan, em São Paulo, para formalizar o interesse.
— Claro que a primeira opção é através do Ministério da Saúde. Mas, caso se omitam, estamos nos organizando para adquirir as vacinas — diz Margarete.
Após retornar de uma folga de três dias na serra gaúcha com a família, Melo teve agenda cheia nesta segunda-feira (7). A pandemia de coronavírus foi uma dos temas dominantes dos seus compromissos. Ele se reuniu no Auditório Araújo Vianna com representantes do setor de eventos, que protestam contra as restrições impostas ao setor por conta do vírus, e também discutiu a situação com o secretário municipal da Saúde, Pablo Stürmer.
Melo irá pedir retorno da cogestão
Melo entende que a autorização para o retorno de eventos, com protocolos de saúde a serem cumpridos, é o "melhor caminho". Para isso, ele afirmou que irá pedir, em reunião prevista para esta terça-feira (8) com o governo estadual, a retomada do modelo de cogestão, em que as prefeituras têm certa autonomia para serem mais flexíveis nas regras de distanciamento controlado. Recentemente, com o aumento de casos de coronavírus, o governador Eduardo Leite suspendeu a cogestão.
— Todo mundo está judiado na cidade com a questão econômica, mas alguns setores estão mais judiados. Um deles é o setor de eventos. Eles tinham um protocolo estabelecido e aceito com a prefeitura, mas agora foi rompida a cogestão. Eu pedi uma audiência com o comitê do covid-19 no Estado porque entendo que a cogestão é fundamental. Eu vou tentar convencer o governo de que ele precisa suspender esse decreto o mais rápido possível, fazendo a cogestão — disse Melo.
O prefeito eleito anunciou que irá chamar hospitais públicos e privados nos próximos dias para discutir a capacidade de ampliação de leitos. Em reunião com Stürmer, Melo também tratou da possibilidade de técnicos da saúde de Porto Alegre se manterem nos cargos após ele tomar posse, em 1º de janeiro, para evitar descontinuidade e prejuízo às políticas de combate ao coronavírus.
— O que eu falei com ele (Stürmer) foi que, tendo um novo secretário (da Saúde), que essa equipe possa ter um tempo de transição, que não saia de imediato. Vou tratar ainda desse assunto com o prefeito Nelson Marchezan — disse Melo.