Um grupo de pessoas ligadas ao setor de eventos realizou um protesto na tarde desta sexta-feira (4), em Porto Alegre. O ato ocorreu em frente ao Palácio Piratini, na Rua Duque de Caxias, no Centro Histórico. Os manifestantes pedem que o governo do Estado retome a liberação das atividades do setor.
Com uma caixa de som, o grupo fazia discursos criticando o governador Eduardo Leite, principalmente por causa do último decreto. Em vigor desde terça-feira (1º), o documento suspende festas e eventos de fim de ano, tanto promovidos por prefeituras quanto por estabelecimentos privados e condomínios. Bares e restaurantes podem atuar até 22h, mas sem música ao vivo.
— A gente quer trabalhar. Estamos há nove meses (parados). Eu tive uma reserva econômica até setembro. Em outubro, até conseguimos fazer algumas atividades, mas não eventos grandes — disse a cerimonialista Camila Quintana, de 38 anos.
O grupo também sugere a possibilidade de isenções e benefícios para o setor, com o objetivo de reduzir as perdas provocadas pela pandemia.
— Nós não trabalhamos desde março, e nao tivemos nenhuma redução de impostos da empresa. Se tiver um novo fechamento, vamos para o final da fila. Por que pode jogar futebol na praça e não pode fazer um jantar? — questionou o DJ e empresário Johnny Fagundes, de 36 anos.
Apesar de o ato ser organizado por profissionais do setor de eventos, alguns donos de quadras esportivas e apoiadores do uso da cloroquina no tratamento precoce ao coronavírus (mesmo sem comprovação científica de sua eficácia diante da covid-19) participaram do ato.
Sobre o protesto, o governo do Estado se manifestou através de nota:
O Governo compreende e respeita toda e qualquer manifestação pacífica. As medidas tomadas foram em decorrência do elevado aumento no número de casos e de internações por coronavírus em quase todas as regiões do Estado, sendo que 20 das 21 foram classificadas em bandeira vermelha no mapa provisório do Distanciamento Controlado nesta sexta-feira. As medidas ocorrem justamente para evitar uma disseminação ainda maior da doença e para, a partir disso, ser possível retomar em breve o máximo de atividades não permitidas no momento.