Um grupo de cerca de 200 comerciantes protestou em frente a prefeitura de Porto Alegre na manhã desta quarta-feira (24). Usando máscaras, com cartazes e uma caixa de som, eles pedem a abertura do comércio não essencial e alegam prejuízo.
Por volta das 10h, donos de lojas e restaurantes se revezavam no microfone explicando as suas situações e pedindo a presença do prefeito Nelson Marchezan. Em alguns momentos, o grupo gritava que queria trabalhar.
Um dos comerciantes presentes era José Santana, 41 anos. Ele já teve 30 funcionários por loja e hoje conta com cinco, devido à queda de movimento. Santana sugere que a prefeitura defina um horário específico para que os estabelecimentos atendam.
— Em outros locais, isso deu certo. Aluguel, salário de funcionários, impostos, eu não sei até quando eu vou aguentar — desabafou.
Entre os dizeres dos cartazes estavam faixas como “Crédito aos pequenos”, “Até quando”, “Queremos trabalhar”, “ Não temos mais fôlego” e “Vidas importam empregos também”. A manifestação não foi organizada por nenhuma entidade específica. Comerciantes de calçados, roupas, cama, mesa, banho e restaurantes de Porto Alegre marcaram o ato pelo WhatsApp.
O protesto se encerrou às 11h de forma pacífica. A prefeitura se manifestou por nota e lamentou ter de tomar atitudes drásticas como a restrição de atividades. Disse ainda que, eventos como este protesto, que gera aglomeração de pessoas, é um dos motivos pelos quais foi preciso fechar novamente o comércio.
NOTA NA ÍNTEGRA
"A prefeitura lamenta precisar tomar medidas drásticas que fecham comércio e serviços, mas age de acordo com as evidências apresentadas diariamente por uma equipe competente, formada por profissionais que estudam e entendem a situação epidemiológica da cidade. Nenhum lugar do mundo conseguiu conter o avanço do vírus sem barrar a circulação de pessoas. Eventos como este protesto, que gera aglomeração de pessoas, são o motivo pelo qual a prefeitura precisou fechar novamente o comércio. Cada um precisa fazer sua parte. Hoje, há 107 pacientes internados em UTIs de Porto Alegre. Este número vem aumentando muito nos últimos dias e não podemos perder o controle ou o sistema de saúde entrará em colapso".