Foi realizado na manhã desta quinta-feira (16), em Porto Alegre, o segundo teste com um drone para a descontaminação de áreas públicas para prevenir o coronavírus. O equipamento geralmente é usado no setor agrícola para a pulverização de produtos sobre grandes áreas plantadas. Com duração de 40 minutos, a ação ocorreu na Praça XV, no Centro Histórico, exigiu que uma área de, aproximadamente, mil metros quadrados fosse isola para que os 10 litros de hipoclorito de sódio fossem dispersos no chão.
Essa iniciativa é fruto de parceria entre a prefeitura e o Pacto Alegre, rede que reúne instituições de ensino, governo, sociedade civil e iniciativa privada para estimular a inovação e o empreendedorismo. O drone do modelo Pelicano 2020, da empresa porto-alegrense SkyDrones, foi o responsável pela pulverização do desinfetante desenvolvido pelo Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IQ-UFRGS).
Nadya da Silveira, professora do IQ-UFRGS e coordenadora da equipe que criou o produto, explica que o desinfetante foi feito com base nos usados por países como China, França e Bélgica, que também se valem de aeronaves não tripuladas para desinfectar as ruas.
— Os germes e os vírus possuem em sua estrutura química gordura. E desinfetante utilizado tem o poder de oxidar essa capa protetora, logo, tem o poder de destruir o vírus também. Mas é preciso ter cuidado com seu manejo porque, ao atacar o tecido orgânicos de germes, bactérias e vírus, podemos expor animais e seres humanos. Por isso, é necessário isolar a área quando é feita a aplicação — afirma.
Ela explica ainda que esse produto apresenta dispersão segura, não é danoso ao meio ambiente, às pessoas e aos animais e que tem ação de, aproximadamente, um minuto.
Por meio de nota, Paulo Ardenghi, diretor de Inovação da prefeitura de Porto Alegre, diz que estes testes são uma maneira de preparar a Capital para utilizar essa tecnologia caso haja o agravamento do surto de coronavírus e destaca as vantagens do método: custo e o baixo risco ao operador, que pilota o drone à distância.
Cada voo do drone, com cerca de 15 minutos, cobre uma área estimada em um hectare (tamanho de um campo de futebol). O primeiro voo foi feito no dia 27 de março, no entorno do Parque Harmonia.
Para a secretária municipal de Serviços Urbanos, Luciane Freitas, essa iniciativa se soma a outras que já estão no radar da prefeitura.
— Em parceria com a Secretaria da Saúde, seguimos buscando alternativas que ajudem no enfrentamento à covid-19, tendo o drone como mais um aliado nesta força tarefa — pontua.
Não há previsão de novos sobrevoos com o equipamento e também não houve custos para a prefeitura. Isso ocorrerá somente se a descontaminação for feita, o que deve ocorrer em caso de agravamento da pandemia na Capital.