Mais de nove horas após um princípio de incêndio atingir a área onde os alimentos são armazenados, o Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, no Morro Santa Tereza, zona sul de Porto Alegre, reabriu ao público na manhã desta sexta-feira (13).
A suspeita é que um curto-circuito tenha deflagrado o fogo em um ar-condicionado que refrigera o depósito da nutrição. Quatro extintores foram usados para conter as chamas. O Corpo de Bombeiros foi até o local, mas a a situação já havia sido controlada pelos funcionários da unidade.
— Batemos de sala em sala para ver se tinha alguém dentro — lembra um funcionário, que pediu para não ser identificado.
Havia cerca de 65 pessoas em atendimento no momento em que a fumaça foi avistada, próximo da 1h. Uma das pacientes que aguardava na recepção, Jaqueline Mesquista Silva, 31 anos, presenciou o incidente.
— Foi uma correria. Os pacientes foram evacuados. O cheiro era muito forte e, quando vi, os bombeiros "brotaram". Foi muito rápido — relembra a estudante de enfermagem.
Com consulta com dentista agendada, Jaqueline foi orientada a ir para casa e retornar no início da manhã.
Entre 8h e 10h, profissionais de limpeza trabalhavam para varrer e retirar a fuligem do chão e das paredes. O cheiro do material químico dos equipamentos usados para debelar o fogo ainda era sentido mesmo após o amanhecer.
A área que foi bloqueada tem acesso pela Rua Professor Manoel Lobato, onde são realizados atendimentos de urgência e emergência e consultas com especialistas. Casos com maior gravidade são aceitos e encaminhados por uma entrada secundária.
O portão da Avenida Moab Caldas, onde ficam localizadas farmácia, laboratórios, retirada de exames e o posto para atendimentos de menor gravidade, não tive o funcionamento afetado.
Cinco pessoas foram transferidas a hospitais da Capital, "para manter o atendimento adequado", segundo informou a Secretaria Municipal da Saúde. Os demais acabaram realocados em outras áreas do prédio. Apesar do susto, ninguém ficou ferido na ocorrência.
Enquanto as portas eram mantidas fechadas, havia entre 25 e 30 pessoas aguardando no pátio. Algumas desistiram e retornaram a suas residências.
— Tenho falta de ar. Já tive cinco pneumonias. Estou esperando atendimento aqui do lado de fora — reclama a merendeira Maria Emília Sobral, 54 anos, que aguardava sentada em um banco de madeira desde as 6h.
Segundo Bruno Felipe Dias, 29 anos, uma enfermeira sugeriu que a consulta para o filho dele fosse reagendada. O garoto, de nove anos, tem atendimento com um traumatologista, para avaliar a fratura em um dos dedos do pé esquerdo.
— Não posso reagendada e correr o risco de ele ficar com sequela. O atestado escolar dele acaba hoje, não posso esperar.
Roibison Portela, assessor-técnico da coordenação de urgências da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) afirma que os alimentos que foram expostos devem ser descartados.
— O estoque é para a semana. Como hoje é sexta, tinha pouca coisa. O almoço para os pacientes está garantido — reforça.