O comandante em exercício do Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Brigada Militar, tenente-coronel José Carlos Pacheco Ferreira, defende que o debate sobre a proibição do consumo de bebida alcoólica em espaços públicos de Porto Alegre passe por uma análise científica do tema. Além de avaliar as experiências de outros municípios e países, Pacheco diz que, inicialmente, acredita mais no investimento em educação e conscientização do que em proibição.
— Tem que ver outros municípios e países para avaliar se adiantou esse regramento. Tudo é válido, mas antes de incentivar algo é preciso se fazer uma análise mais criteriosa e científica. Eu acredito mais na educação, na conscientização, do que efetivamente “na calçada não pode beber, mas dentro do shopping pode beber”. Não sei se, efetivamente, vai surtir muito efeito. Não tenho, ainda, uma posição definida — pondera o tenente-coronel.
O comandante em exercício do CPC também lembra que já há lei que proíbe a venda de bebida alcoólica para menores de idade e destaca a importância da fiscalização sobre os comerciantes.
— Menor de idade já não pode comprar bebida alcoólica, por lei. Se as leis atuais forem cumpridas, já resolve boa parte dos problemas — avalia o tenente-coronel, finalizando:
— Em primeira análise, temos que aproveitar o que já tem (de lei). Em segunda análise, verificar se em outros lugares surtiu efeito (restringir o consumo). Mas, o mais importante é a conversa de pais e professores sobre os problemas do consumo de bebida alcoólica.
A ideia de proibir o consumo de bebida alcoólica em espaços públicos de Porto Alegre, levantada pela Secretaria de Segurança Pública de Porto Alegre, ainda passará por análise do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) e pelo gabinete do prefeito Nelson Marchezan. Se houver apoio à tese, um projeto de lei para instituir a proibição será enviado à Câmara de Vereadores, a quem cabe definir as leis da cidade.
Conforme a prefeitura, antes de avançar, o tema "terá de ser amplamente debatido e aprofundado" pelos integrantes do Gabinete de Gestão Integrada, e não há prazo para o assunto ser deliberado.