Engana-se quem pensa que o Carnaval acabou na quarta-feira de cinzas. Em Porto Alegre, a festa voltou a ferver neste sábado (29) ao redor da Praça Garibaldi, na Cidade Baixa, sob animação de 50 mil pessoas, segundo a prefeitura.
A diversão foi retomada com uma novidade: depois de os blocos permanecerem estáticos nos primeiros dias, o que gerou reclamações de parte dos foliões, neste sábado os participantes puderam se deslocar ao longo da Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto até a Rua Baroneza do Gravataí — mas só na última parte do evento, após as 19h30min, com o bloco Areal da Baronesa do Futuro.
— Estamos testando algumas sugestões que recebemos ao longo deste Carnaval. É uma tentativa de agradar a todos os segmentos — afirmou o secretário municipal da Cultura, Luciano Alabarse.
No período oficial do Carnaval, a prefeitura havia alegado que uma obra nas proximidades da praça dificultava a circulação. Como muita gente não gostou de ficar parada, a prefeitura reconsiderou e liberou um trecho de três quadras da avenida. Outro motivo por trás da decisão é estimular a dispersão dos frequentadores após o último bloco, já que em outras noites a permanência de pessoas na região, mesmo depois de encerrada a festa, motivou intervenções da Brigada Militar.
— Depois vamos avaliar o resultado. No domingo, dois blocos também deverão fazer esse trajeto — diz o secretário.
Denis Luiz Alves, 29 anos, integrante do Areal, aprovou a iniciativa.
— Nosso bloco tem a característica de andar. Carnaval é movimento — resumiu.
No começo do evento, como parte da campanha da Polícia Civil de combate ao assédio e à violência contra a mulher, foram distribuídos panfletos com a mensagem "Não é não" e orientações. Para as amigas Thayná Oliveira, 23 anos, e Paola Silva, 21, o esforço para evitar abusos parecia estar dando resultado.
— Esse ano a situação está mais tranquila, o pessoal está mais comportando, pelo menos até agora — afirma Paola.
Como as amigas foram à festa fantasiadas de noiva, contam que volta e meia ouviam alguma proposta de casamento em tom bem-humorado, mas nada que as deixasse constrangidas.
— Brincadeira sempre tem, mas nada demais — diz Thayná.
Veja imagens da folia
Moradora da Cidade Baixa e fã dos bloquinhos, Laura Tatsch, 21 anos, não perdeu nenhum dia de samba a céu aberto na Capital até o momento. A vontade de curtir a festa se explica: no ano passado, ela estava grávida. Agora, voltou a vestir a fantasia e saiu à rua levando o filho Lucas, de 11 meses, em uma espécie de mochila porta-bebê presa ao peito.
— No ano passado, como estava grávida, acompanhei tudo de longe. Agora estou matando a vontade. Todos os dias venho com o Lucas — conta Laura.
O evento começou às 14h e contou com Bloco do Zé, Do Jeito que Tá Vai e Areal da Baronesa do Futuro. O Carnaval de rua da Capital recomeça neste domingo, com concentração após as 11h e blocos a partir das 14h.
Programação do domingo
- 11h - Concentração
- 14h - Cia do Trago
- 16h30min - Bloco do Fusca Azul
- 19h - Bloco do Isopor