Bem no meio do Mercado Público, um mosaico com imagens de chaves no chão é tido como um dos pontos mais icônicos do local. Ali, na encruzilhada central do espaço, é considerada a morada do orixá Bará. Esse ponto recebe uma manifestação religiosa chamada Passeio, marca histórica da territorialidade negra e da religiosidade afro-brasileira na cidade de Porto Alegre.
Com a possibilidade de que a concessão à iniciativa privada restrinja a circulação e manifestação das religiões de matriz africana no espaço, uma nova reunião entre a Secretaria de Parcerias Estratégicas e associações religiosas ocorreu nesta quinta-feira (31), para discutir o futuro do assentamento do Bará.
A realização de eventos religiosos, tradicionais no espaço, e a posição das floras também fizeram parte da pauta.
Não foi a primeira vez que assuntos relacionados com a diversidade religiosa foram centro do debate. Durante o período de consulta pública, outras sessões debateram a presença de religiões de matriz africana no Mercado Público.
O secretário municipal de Parcerias Estratégicas, Thiago Ribeiro, garantiu em nota que “as cerimônias religiosas e as floras nos espaços em que estão hoje estarão detalhadas no edital”.