O trânsito de Porto Alegre contará com mais 22 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus, em 16 trechos de ruas e avenidas, em um prazo de até seis meses. O anúncio feito nesta sexta-feira (13) pela prefeitura da Capital tem como objetivo incentivar o uso do transporte público e atender a uma demanda de redução dos custos de operação das empresas de ônibus da cidade.
As três primeiras vias a receber as novas faixas serão a Rua Mostardeiro e as avenidas Independência e Goethe — sem data definida. A Avenida Ipiranga também terá mais dois trechos com prioridade aos ônibus.
— Não é uma obra apenas, é um conceito, um paradigma, uma mudança de cultura. Teremos contestação, sabemos disso. Quando se prioriza um serviço, isso ocorre em detrimento de outro. Isso vai trazer algum sentimento na população. As pessoas que entendem que só o carro deveria ter espaço vão reclamar — disse o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Fabio Berwanger.
A prefeitura espera, com a medida, acelerar as viagens de ônibus, especialmente em horários de muito movimento. Conforme a EPTC, quando os 22 quilômetros de novas faixas estiverem implementados, 450 mil usuários de 154 linhas serão beneficiados.
As faixas exclusivas serão pintadas com uma cor diferenciada e, em horários determinados, serão usadas exclusivamente por transporte coletivo. Na Avenida Independência, por exemplo, a pista exclusiva para ônibus funcionará das 6h às 9h e das 16h às 20h.
— Estamos falando do interesse coletivo. Não estamos inovando, no mundo. Estamos copiando o que deu certo, o que dá certo, o que há de mais moderno — argumentou o prefeito Nelson Marchezan.
A Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) acredita que a medida elevará o índice de cumprimento da tabela horária, com redução média de 25% a 30% no tempo das viagens. A associação, que representa as empresas de ônibus, também prevê economia de 15% a 20% nos custos de operação das linhas envolvidas.
Com mais fluidez no trânsito, as empresas precisarão empregar menos ônibus, motoristas e cobradores para realizar a mesma quantidade de viagens. Também haverá menos desgaste de peças e mais economia de combustível. Isso, nas projeções da prefeitura, impactará positivamente no valor das passagens.
— A gente tem expectativa de que, com ganho de tempo, a gente possa também reduzir ou estancar a queda de passageiros nos ônibus — afirmou Marchezan.
Instituídas em Porto Alegre em 1977, as faixas exclusivas atualmente se estendem por 17 quilômetros de vias da cidade. Já os corredores de ônibus têm 56 quilômetros na cidade.
Veja as mudanças propostas: