Disposto a ser candidato a prefeito de Porto Alegre em 2020, o vereador Valter Nagelstein (MDB) divulgou nesta quinta-feira (1º) uma nota em que afirma que não vai “fazer súplicas ou exigir reconhecimentos” do partido. Na semana passada, Nagelstein foi convidado pelo PSD para liderar a chapa majoritária da legenda para as eleições municipais da capital gaúcha.
À reportagem, o vereador disse que o comunicado não significa sua saída imediata da legenda, mas afirmou que não pretende participar de prévias internas para a definição do candidato ao Paço Municipal.
— Não estou fechando as portas, mas não vou me submeter a um processo que é desrespeitoso e desconstitutivo à minha história — afirma Nagelstein, que já presidiu a legenda em Porto Alegre e foi o vereador mais votado do partido na última eleição municipal, com 9,3 mil votos.
Nesta quarta-feira (31), líderes do MDB decidiram, em um almoço, eleger um diretório de consenso para comandar o partido na convenção marcada para 24 de agosto. Convidado, o vereador decidiu não comparecer, por considerar que as manifestações recentes do presidente do partido na Capital, Antenor Ferrari, são “desrespeitosas ”.
— Não posso aceitar que, no momento em que considero ser minha vez (de concorrer à prefeitura), comecem a ser estimuladas cinco candidaturas — diz o emedebista.
Além de Nagelstein, são pré-candidatos à prefeitura o deputado estadual Sebastião Melo, o ex-prefeito de Santa Maria Cezar Schirmer e os vereadores André Carús e Nádia Gerhard, que é secretária municipal de Desenvolvimento Social na gestão de Nelson Marchezan.
Nagelstein foi candidato a prefeito em 2000, pelo PPS, quando fez 6 mil votos e terminou em sétimo lugar. Em 2004, já pelo MDB, disputou como vice na chapa de Mendes Ribeiro Filho.
Confira na íntegra a nota divulgada pelo vereador:
Toda minha vida pública foi praticamente construída no MDB. Me filiei por afinidades e valores que eu tinha com o senador Pedro Simon e com o saudoso ministro Paulo Brossard. Servi ao ex-governador Germano Rigotto como diretor do hoje Badesul.
Durante esse período exerci todas as funções possíveis, culminando com a Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre. No partido, fui presidente e vice do diretório municipal. Nesta caminhada pública fui líder do governo Fogaça, secretário municipal de Porto Alegre por duas vezes e o vereador mais votado do partido no Estado também em duas ocasiões. Além disso, lembro que fui candidato a vice-prefeito em 2004.
Sempre defendi a idéia de que havia uma fila, que respeitei, além de ajudar a quem estava na minha frente. Considero esgotada a etapa de ser vereador e julgo que a cidade precisa de um síndico e um gerente, alguém com trajetória política e experiência administrativa aqui, e mais importante com resultados vistos. Porto Alegre precisa superar essa crise que vem de anos e que se aprofunda cada vez mais. Minha gestão na presidência da Câmara da capital foi histórica, com diálogo, transparência e resultados, como havia sido nas secretarias por onde passei. Do alto dos meus quase 50 anos, o maior ativo que trouxe quando vim, conservo até hoje, uma trajetória limpa!
Disse isso ao MDB, disse que queria ser candidato à prefeitura, por minha história. Dei mais tempo ao partido que Jacó a Labão. Se essa não é a visão do partido, não cabe a mim fazer súplicas ou exigir reconhecimentos. Seguirei caminhando na cidade todos os dias, mostrando o que já fiz e o tanto mais que quero fazer, tenho um mandato a cumprir. O futuro é uma dádiva e a Deus pertence.
Valter Nagelstein
Vereador de Porto Alegre