Depois de disputar o segundo turno em 2016 com Sebastião Melo e eleger cinco vereadores, o MDB corre o risco de encolher em Porto Alegre na próxima eleição, enrolado nas divergências internas. Melo, que perdeu a eleição para Nelson Marchezan (PSDB) elegeu-se deputado estadual em 2018 e gostaria de ser candidato a prefeito outra vez, mas o partido faz ensaios com outros nomes, entre os quais o do ex-secretário da Segurança Cezar Schirmer.
Três vereadores admitem deixar o partido na janela que será aberta em março do próximo ano, subtraindo cerca de 23 mil votos.
Valter Nagelstein (9.300 votos) foi convidado pelo PSD e está inclinado a sair para concorrer a prefeito, porque não encontra espaço no MDB. Nádia Gerhard (6.809 votos), eleita com a bandeira da segurança pública e hoje secretária de Desenvolvimento Social de Nelson Marchezan, ainda não assimilou a falta de apoio na eleição para a Assembleia e estuda convites de outros partidos, a começar pelo PSL. DEM, PRB e PRTB também manifestaram interesse no seu passe. Em 2018, o PSL insistiu para que concorresse ao Piratini, ao Senado ou mesmo à Assembleia, mas ela preferiu continuar no MDB. Hoje, diz que “nenhuma porta está fechada” e admite que aceitaria concorrer a prefeita.
O secretário Ruy Irigaray, que acaba de ser indicado presidente do PSL em Porto Alegre, diz que Nádia seria bem-vinda, mas não pensa nela como candidata:
– A direção nacional do PSL quer que eu seja o candidato. Ainda não decidi, mas, ou serei eu, ou entraremos em alguma aliança.
Outro descontente do MDB é Pablo Mendes Ribeiro (6.691 votos), que queria concorrer a deputado federal e foi escanteado em 2018. Candidato à reeleição, o vereador vem sendo cortejado pelo DEM e pela deputada Any Ortiz (PPS).
Aliás
Como deverá ter a maior bancada na Câmara em abril de 2020, o PSL de Jair Bolsonaro será o partido com mais tempo na propaganda de rádio e TV. A ordem é lançar candidatos às prefeituras das principais capitais e apresentar nomes competitivos às Câmaras.