Com a previsão de que a próxima noite seja uma das mais geladas do ano em Porto Alegre, moradores de rua buscavam alternativas para não sofrerem tanto com o frio nesta quinta-feira (4). Enquanto uns tentavam vagas em abrigos, outros pediam doações e juntavam tudo que era possível para se manterem aquecidos durante o período ao relento.
Por volta das 17h, em frente ao Albergue Municipal da Rua Comendador Azevedo, no bairro Floresta, uma pequena fila já estava formada para entrar no local, às 19h. Do outro lado da rua, pelo menos 20 pessoas – muitos idosos – juntavam colchões improvisados e cobertores para se aquecer.
– Tem que dizer para o pessoal nos trazer doação. Passa aqui e larga um casaco – disse um homem que não pretendia entrar no albergue.
Na Avenida Ipiranga, no albergue mantido por uma entidade privada, a abertura para pessoas não cadastradas só ocorre às 20h, mas, antes das 15h, quatro pessoas já estavam ali para garantir um espaço aquecido na noite fria.
Ao lado do Ginásio Tesourinha, onde é servido almoço gratuito, alguns permaneceram durante a tarde. Mesmo após o horário de almoço, voluntários permanecem no local recebendo doações e preparando café para aquecer os moradores de rua.
Antes de seguir para o Largo dos Açorianos, onde dorme, um homem ficava por ali, coberto, acompanhado de um cachorro.
– De noite, a gente corta uma latinha e coloca álcool de posto. Fazemos um fogareiro para fazer comida e nos aquecermos – disse.
Também no local, Bruno Pereira, que mora há oito meses na rua, ganhou um edredom novo e estava indo até a Praça da Matriz, onde pretendia dormir.