Desta quarta-feira (12) até 15 de julho, moradores de Porto Alegre poderão sugerir e opinar remotamente sobre propostas a serem incluídas no orçamento do município do ano que vem. Em comemoração aos 30 anos do Orçamento Participativo, foi lançada oficialmente a ferramenta OP Digital.
— Vai ter mudança no OP. Qual? Não sabemos ainda, mas esse passo é inevitável. É impossível fugir da tecnologia. Hoje estamos dando um passo na evolução do OP e na evolução da nossa cidade — disse o prefeito Nelson Marchezan.
As propostas inseridas em um site, que permitirá a inscrição de proposições sempre um mês antes das assembleias anuais, passarão por análise da prefeitura antes de serem liberadas para apreciação dos cidadãos. As que forem aprovadas poderão receber apoio virtual dos usuários cadastrados.
Um bom desempenho na etapa digital não é garantia de execução do projeto, mas pode ajudar na defesa durante a assembleia que elegerá as principais demandas. Em 2019, a rodada de encontros terá início em 17 de julho, no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa.
— Algumas regiões têm poucos delegados, em outras as pessoas não conseguem ir às assembleias. Essa é uma forma de o delegado chegar com um argumento mais forte para tentar viabilizar a demanda — explicou o secretário adjunto de Relações Institucionais, Carlos Siegle.
Adaptação de uma ferramenta cedida pela prefeitura de Madri, o OP Digital não foi consenso entre conselheiros e delegados. Segundo a conselheira Laura Elisa Machado, apesar das divergências, há expectativa de que o site possa ampliar o acesso da comunidade à participação nos debates sobre as necessidades prioritárias de cada região.
— Somos os olhos, os ouvidos e a fala da periferia. Fizemos o dever de casa, cortamos na nossa carne, e o governo conseguiu aprovar os projetos que enviou à Câmara. A gente espera que a partir de 2020 o OP volte a ter protagonismo e possa receber novos investimentos — reivindicou.
Atualmente, Porto Alegre conta com um passivo de mais de 1,7 mil demandas não atendidas do OP — segundo a prefeitura, há solicitações desde 1994. No ano passado, as assembleias aprovaram mais 400 propostas, das quais 159 foram consideradas viáveis pela prefeitura. Até o começo dos encontros de 2019, segundo Siegle, já deve haver definição sobre quais poderão ser executadas. Caberá aos conselheiros e delegados decidirem se os recursos serão investidos nas demandas novas ou para diminuir o passivo das antigas.